Intervenção de Paulo Raimundo, Secretário-Geral

Comício da 47.ª da Festa do Avante!

Daqui saúdo os milhares que construíram, divulgaram e os que garantem o funcionamento desta grande Festa, saúdo a juventude e a JCP que faz, e bem, desta extraordinária construção colectiva, a sua Festa.

Saúdo todos os visitantes, os que estão sempre, os que regressaram e os que aqui estão pela primeira vez.

Aqui estão em casa e saibam que amanhã lá estaremos ao vosso lado, em diferentes expressões da vida, nas dificuldades, no sonho, na alegria, nas justas lutas que vamos desenvolver.

Desta grande Festa da solidariedade internacionalista,enviamos uma forte saudação aos trabalhadores e aos povos que, por esse mundo fora, resistem e tomam nas mãos os seus destinos. 

A vossa luta é um poderoso factor de esperança e confiança num mundo melhor. 

Um abraço ao povo cubano e à sua Revolução, ao povo palestiniano, ao povo sarauí, à Venezuela bolivariana e ao povo venezuelano, entre muitos outros exemplos de resistência heróica e corajosa dos povos.

Às dezenas de delegações internacionais, que muito nos honram com a sua presença, queremos que levem para os vossos países e povos o compromisso de luta do PCP, pelos direitos, a soberania, por um mundo mais justo. 

Contem com o nosso empenho no reforço do movimento comunista e revolucionário internacional. 

Contem com o nosso contributo para dar mais força à frente anti-imperialista e assim fazer e abrir caminho à paz e ao progresso social.

Uma luta que, como se vê todos os dias, enfrenta perigos, mas também potencialidades.

Aprofunda-se a crise estrutural do capitalismo e o declínio relativo dos EUA e de outras grandes potências capitalistas, reunidas no G7.

Rearrumam-se as forças no plano internacional, de que a recente cimeira dos BRICS é exemplo.

Face à persistente resistência e luta dos povos, os EUA, a NATO e a UE intensificam a exploração e a confrontação por todo o mundo.

E aí está em toda a sua dimensão a verdadeira cor do capitalismo com a brutal acumulação e centralização da riqueza, à custa da exploração, da pobreza, da desigualdade, da injustiça, da fome, da doença, da predação e saque dos recursos. 

Aí está a verdadeira cor do capitalismo que não foi, não é nem nunca será verde.

Aí está a escalada militarista na Ásia-Pacífico e as provocações à China, aí estão as chantagens, as sanções, os bloqueios, as ingerências e agressões no Médio Oriente, África, América Latina, Europa e na Ásia e contra todos os países e povos que ousam não se submeter ao domínio do imperialismo.

Nesta Festa da Paz, e com a autoridade de quem desde sempre se empenhou e empenha contra a guerra e pela construção de um mundo seguro, afirmamos que é preciso dar uma oportunidade à Paz, que precisamos mais de amizade e cooperação e menos de ódio e belicismo. 

Que é preciso agir, face aos que, indiferentes à morte e à destruição, apostam no conflito militar em vários pontos do mundo e insistem a todo o custo na continuação de uma guerra que na Ucrânia já leva nove anos, que nunca deveria ter começado e que é urgente parar. 

É com o carimbo da União Europeia e a sua acção que os povos são empurrados para o empobrecimento. 

Aí está uma União Europeia, cheia de contradições e às ordens dos EUA, a fomentar o militarismo e a abrir caminho a concepções e forças fascistas e reaccionárias.

Uma União Europeia comprometida com os interesses e os milhões de lucro dos grupos económicos. 

Uma União Europeia incapaz de travar a morte de milhares de pessoas no Mediterrâneo, muitas delas em fuga de países alvo das acções dos EUA, da União Europeia e das bombas da NATO.

Este caminho não serve os povos. 

O que precisamos é de cooperação, paz, igualdade entre Estados, desenvolvimento e progresso social, objectivos pelos quais lutamos.

Passado praticamente um ano, a vida confirma a avaliação que fizemos na Conferência Nacional do PCP.

São evidentes os efeitos de uma política que no essencial está ao serviço dos interesses e objectivos dos grupos económicos, opção para a qual converge a acção do Governo PS, a sua maioria absoluta e a intervenção de PSD, CDS, Chega e IL.

Uma política que, apoiada em meios e instrumentos colossais, é desenvolvida pelos protagonistas que, em cada momento, lhe dão melhor garantia de agravar a exploração, concentrar a riqueza, atacar serviços públicos, promover privatizações e a especulação, com toda a injustiça e desigualdade que provocam.

Uma política para a qual se encontram sempre justificações, desde que os sacrifícios sobrem sempre para os mesmos e os lucros para um pequeno punhado.

É chocante a contradição entre a realidade da vida dura dos trabalhadores e do povo e a propaganda e opulência dos grupos económicos. 

É a inflação que baixa, mas que deixa de fora dessa conta os brutais encargos com a habitação, uma inflação que sentimos nomeadamente nos preços dos alimentos e dos combustíveis. 

Dizem-nos agora que a economia está bem. 

Está bem para os 2 milhões de pessoas em risco de pobreza, das quais 345 mil são crianças?

Está bem para cerca de 3 milhões de trabalhadores, que ganham até mil euros de salário bruto por mês? 

Para os que apesar do valor dos seus salários, com carreiras e progressões praticamente estagnadas, se deparam hoje com dificuldades com que não contavam? 

Para os que vivem nas múltiplas formas de precariedade laboral, incluindo investigadores e bolseiros sem contrato?

Para os trabalhadores sujeitos ao trabalho nocturno, por turnos, sábados, domingos e feriados, sem tempo para viver?

Está bem para os migrantes sujeitos a uma exploração ainda mais acentuada?

Está bem para as crianças que vivem atrás dos horários desregulados dos pais, passando tempo a mais na escola, passando demasiado tempo frente a ecrãs e com tempo a menos para a brincadeira?

Para as famílias que não conseguem vaga para os filhos na creche e para as que enfrentam já o aumento do material escolar?

A economia está bem para os que, face aos aumentos, têm de cortar na alimentação?

Está bem para os 72% dos pensionistas que recebem menos de 500 euros por mês?

Está bem para as centenas de milhar de jovens que não conseguem sair de casa dos pais?

Para os milhares de estudantes sem acesso a alojamento ou para os que vão iniciar as aulas sem professor a várias disciplinas ?

Está bem para 1,6 milhões de utentes sem médico de família ou para os que esperam por cirurgia ou exames?

Para as mais de 600 estruturas culturais que ficaram sem apoios?

Está bem para os micro, pequenos e médios empresários, que, asfixiados com os custos, pensam em abandonar negócios, ou para os pequenos agricultores a braços com a seca, sem alimento para os animais e sem apoios que realmente lhes cheguem aos bolsos?

Está bem para as mulheres que aspiram justamente à igualdade no trabalho e na vida? 

Para os cidadãos com deficiência que continuam a enfrentar sucessivas barreiras?

Essa economia, que nos vendem a crescer, mas que esbarra todos os dias na dramática realidade dos que se confrontam com rendas e prestações incomportáveis, e que, cada vez com mais dificuldades, tudo fazem e de tudo se privam para aguentar a sua habitação.

Quem está bem são os 5% mais ricos que concentram 42% da riqueza nacional.

Quem está bem, e de que maneira, são os grupos económicos da energia, seguros, grande distribuição, telecomunicações e para a banca que encaixa por dia 11 milhões de euros de lucro.

Está bem para os grupos que fogem aos impostos e transferem milhões para os paraísos fiscais.

E que bem que está para o negócio da doença, que se apropria de valências e profissionais e que saca ao Orçamento do Estado 6 mil milhões de euros.

A verdade é que, enquanto uns poucos se apropriam da riqueza, a grande maioria nem lhe sente o cheiro.

A verdade é que a política do Governo PS, apoiado no essencial por PSD, CDS, Chega e IL, submissos que estão todos ao euro, às imposições da União Europeia e ao cutelo das “contas certas”, não nos serve e agrava os problemas do País.

Mas serve, e de que maneira, às contas certas dos grupos económicos,aos inaceitáveis privilégios fiscais e ao desvio de milhões de euros de fundos comunitários, serve às contas certas do saque de recursos públicos com as Parcerias Público-Privadas, com as criminosas privatizações e a corrupção a elas associadas.

As contas certas deles, desacertam e de que maneira as nossas vidas.

Estamos perante opções e opções de classe, e não perante nenhuma inevitabilidade.

Impor baixos salários, precariedade, horários desregulados não é inevitável, é opção pela exploração; privatizar a TAP e a Efacec não é inevitável, é uma opção política criminosa; fazer recair sobre o povo os aumentos brutais dos preços dos bens essenciais é opção pela ainda maior concentração da riqueza nos grupos económicos.

Não é inevitável transformar a habitação em mercadoria, mas é a opção que alimenta a gula da banca e os fundos imobiliários.

É opção a predação e degradação da natureza, quando o inevitável seria a sua defesa.

É por opção, e não por inevitabilidade, a contínua desvalorização da Cultura e dos seus profissionais.

O desmantelamento dos serviços públicos, o desrespeito pelos trabalhadores da educação, saúde, forças de segurança, forças armadas, justiça, da administração local e todos os que servem a causa pública, é uma opção ao sabor da estratégia dos grupos privados.

Perante esta realidade, a única inevitabilidade é a luta.

Foi com a luta dos trabalhadores, com o papel central do Movimento Sindical Unitário, da grande central sindical dos trabalhadores portugueses, a CGTP-IN que daqui saudamos, mas também com a luta das populações, de amplas e diversas camadas e sectores que se conseguiram resultados. 

Uma luta que conquistou aumentos de salários e direitos, que passou a efectivos trabalhadores com contratos precários.

Uma luta que, pelas suas conquistas, pela demonstração de força e unidade e o exemplo e confiança que dá a todos os trabalhadores, valeu e vale a pena.

O Governo foi obrigado a tomar medidas limitadas e apoios pontuais que, sendo úteis para quem os recebe, não resolvem os problemas de fundo, medidas insuficientes, tomadas contra a sua vontade, mas que destrancaram uma porta que agora é preciso escancarar, exigindo as respostas necessárias. 

Uma luta de resistência e de avanços, uma luta pela exigência de respostas, e pela alternativa.

Uma alternativa que existe.

Aqui está o PCP, dinamizador dessa alternativa e capaz de com outros, com os trabalhadores e o povo no centro da sua acção, construir o País desenvolvido e soberano a que temos direito.

Não nos resignamos ao empobrecimento e à negação do futuro das novas gerações, não admitimos os baixos salários, não aceitamos a destruição da produção nacional e a entrega aos grupos monopolistas nacionais ou estrangeiros dos instrumentos essenciais ao desenvolvimento do País.

Há um projecto alternativo de afirmação da soberania que confronta a submissão externa; um projecto que aposta no desenvolvimento, na modernização e produção nacional, que confronta a acumulação de défices estruturais, um projecto de retoma do comando dos sectores e empresas estratégicas que confronta o assalto aos nossos meios, recursos e capacidades, um projecto de elevação das condições de vida dos trabalhadores e do povo que confronta a desigualdade, a injustiça e o empobrecimento para onde nos estão a arrastar. 

Um projecto que confronta a política de direita, assenta em Abril e que respeita e faz cumprir o que a Constituição consagra de direitos.

Um projecto alternativo que não desiste do País e que sabe que a opção mais estruturante, que determina a evolução da situação económica e as condições de vida, que fixa e atrai profissionais, que estimula o mercado interno e as micro pequenas e médias empresas, que combate a falta de mão de obra, a emigração como única saída, as injustiças e desigualdades, a opção que garante o salto qualitativo que o País precisa, é o aumento geral e significativo dos salários.

Um aumento geral e significativo para todos os trabalhadores, a valorização das carreiras e profissões e um Salário Mínimo que responda à real situação. 

Um aumento necessário, urgente e mais que justo, a partir da realidade da vida dos trabalhadores, das suas necessidades e de uma justa distribuição da riqueza criada.

Um aumento geral dos salários que responda à desvalorização das últimas décadas e aos elevados níveis de inflação que se prevêem entre 2022 e 2024.

Aumentos que valorizem o poder de compra e que façam convergir os salários em Portugal com a média dos salários dos trabalhadores dos países da zona euro. 

Não é aceitável que para os trabalhadores haja sempre mês a mais para o salário, em contraste com os lucros concentrados nas mãos dos grupos económicos.

Quem cria a riqueza, quem garante o funcionamento do País, quem assegura a actividade económica, tem de ser respeitado e valorizado, tem de ter um salário que lhe permita viver com dignidade.

Não vamos, e os trabalhadores com as suas organizações de classe não vão, abdicar desta que é a luta pelo País.

Os salários de hoje são as pensões de amanhã. Pensões que é preciso dignificar e valorizar. 

O País tem a obrigação de garantir dignidade a quem trabalhou a vida toda, e de reconhecer a quem tem 40 anos de descontos o acesso à reforma sem penalizações. 

Tem o dever de aumentar as pensões e assegurar a sua valorização, pelo que se impõe um aumento de todas as pensões em 7,5%, com um mínimo de 70 euros. 

E aqui estamos na primeira linha do combate pela Habitação. 

Não aceitamos que quem cá vive e trabalha não consiga aceder a uma casa ou esteja na eminência de despejo. 

Reapresentaremos nos próximos dias na Assembleia da República propostas que, a serem aprovadas, têm efeitos imediatos na vida das pessoas, propostas que as populações continuarão a assumir como objectivos de luta, porque elas respondem aos seus problemas prementes.

Não confundimos pequenos proprietários com os abutres dos fundos imobiliários que vão tomando conta dos centros das cidades.

Propostas para uma verdadeira política pública de habitação. Propostas para travar penhoras e despejos, para impedir a especulação e impor como limite máximo 0,43% de aumento para todas as rendas no próximo ano.

Para concretizar uma moratória à semelhança do que houve no período da epidemia, limitando o valor das prestações a pagar ao banco. 

Para fixar a partir da Caixa Geral de Depósitos um spread máximo de 0,25%.

É preciso, de uma vez por todas, enfrentar os interesses da banca e pôr os seus lucros colossais a suportar o aumento das taxas de juro que não param de subir e com novas ameaças já para Setembro.

Isto do BCE decretar aumentos brutais dos juros, a UE subscrever, o Governo, o PS, PSD, Chega e IL a obedecer e o povo pagar tem de parar.

Voltaremos a propor a fixação, o controlo e a redução dos preços, em particular dos bens alimentares e da energia. 

Não podem ser sempre os mesmos a pagar para que uns poucos continuem a lucrar.

Não ficaremos de braços cruzados perante a degradação dos serviços públicos e a sua entrega a grupos privados, como é visível no Serviço Nacional da Saúde. 

É necessário investir nos hospitais e nos cuidados de saúde primários, valorizar todos os profissionais da Saúde,garantir a dedicação exclusiva de médicos com a majoração salarial de 50 %. 

É preciso fixar médicos, criar condições de trabalho e interromper a chamada reforma do SNS.

É preciso salvar o Serviço Nacional de Saúde, é para isso que cá estamos.

E cá estamos também para defender a Escola Pública, para exigir a dignificação de todas as carreiras e a concretização da recuperação integral do tempo de serviço dos professores.

A forma como daqui a uns dias vai iniciar o ano lectivo e o estado em que estão a funcionar os serviços de saúde são da única responsabilidade do Governo e está nas suas mãos a opção de resolver ou agravar os problemas que enfrentamos. 

Não venham com a conversa cínica sobre os impostos a mais que já sabemos o que querem. 

Querem que o povo pague cada vez mais para que os grupos económicos e as grandes fortunas paguem cada vez menos.

Querem fugir à questão central, o aumento de salários, querem que o Estado fique sem os meios para cumprir as suas funções sociais para depois virem com a conversa dos grupos privados, sempre com o Estado a pagar, claro.

Voltaremos, na reabertura da Assembleia da República, a insistir, incluindo com as propostas que em Julho nos chumbaram.

Vamos insistir no alívio do IRS para os trabalhadores e reformados, no aumento do número de escalões e na actualização do valor da dedução específica, na baixa do IVA na electricidade, no gás e nas telecomunicações. 

Mas também na tributação dos lucros dos grupos económicos, no corte nos seus benefícios fiscais, na garantia que os lucros gerados cá, são cá tributados, e nas medidas paraacabar com o escândalo da fuga para os paraísos fiscais.

Estamos curiosos sobre o posicionamento dos que enchem todos os dias a boca com os impostos quando forem confrontados com estas propostas.

Não desistimos da juventude.

Os jovens não precisam de palmadinhas nas costas, promessas ou da propaganda velha e gasta do individualismo.

Precisam isso sim daquilo que lhes é negado, da Escola pública, gratuita e de qualidade, de aumentos de salários, de emprego com direitos, do fim da precariedade e de estabilidade nas suas vidas, precisam de habitação, saúde, gratuitidade nos transportes públicos, do combate de facto às discriminações, do acesso à cultura e ao desporto.

Responda-se a estes problemas e a vontade da larga maioria dos jovens, tendo condições para isso, é de cá ficarem, cá viverem, cá trabalharem e cá construirem as suas vidas e um País melhor.

Não abandonamos nenhum objectivo. Com a nossa persistência, proposta e força, foi possível, entre outros avanços, abrir caminho a mais direitos de crianças e pais. 

Foi a gratuitidade dos manuais escolares, o passe social, o acesso a vacinas, foi assim no acesso gratuito à creche, que é hoje realidade para quase 60 mil crianças, mas que é preciso levar mais longe. 

Defenderemos na Assembleia da República um plano de implementação da primeira rede pública e nacional de creches gratuitas. 

Uma proposta que integre as creches onde devem estar, no âmbito da educação, com serviços de qualidade e segurança para os bebés. 

Um passo necessário para a criação, até ao final da legislatura, de 100 mil novas vagas. 

Uma proposta estruturante para o presente e para o futuro.

Aumentar salários e pensões; travar a subida dos preços e o escândalo da acumulação de lucros pelos grupos económicos; investir nos serviços públicos e na valorização dos seus profissionais; garantir saúde, educação e o acesso à habitação, proteger os inquilinos e as famílias com crédito à habitação; concretizar medidas de justiça fiscal; responder aos problemas das crianças e dos pais. 

Aqui estão objectivos de luta imediatos, aqui estão elementos integrantes da alternativa que o País e cada um de nós precisa.

A alternativa que não serve a quem concentra lucros à custa do trabalho e do empobrecimento de milhares, mas que serve à maioria, aos trabalhadores, aos que produzem a riqueza, que serve aos reformados, à juventude, aos micro pequenos e médios empresários, aos agricultores, aos pescadores, aos intelectuais, a alternativa pela qual se batem os democratas e patriotas.

Perante justas inquietações, perante as dificuldades em visualizar a saída, perante o descrédito instalado na sociedade, aqui está o caminho, aqui está a esperança. 

Aqui está Abril, a caminho que estamos do seu quinquagésimo aniversário.

Aqui estamos, apoiados na experiência e na força transformadora da Revolução, a defender, cumprir e fazer cumprir Abril para garantir na vida de todos os dias o projecto e os direitos que a Constituição da República consagra.

Abril é mais futuro. 

Abril é nas suas conquistas, realizações e nos seus valores a base mobilizadora dos democratas, dos patriotas, dos que cá vivem e trabalham.

Juntemo-nos, juntemos força à nossa força.

Daqui apelamos aos trabalhadores, à juventude, ao povo para que se mobilizem, para que se façam ouvir e demonstrem a sua força imensa. 

Um apelo ao desenvolvimento da luta de todos os dias e de todas as horas, a luta determinante que se trava e se vai intensificar nas empresas e locais de trabalho, pelo aumento dos salários, por direitos, pelo respeito de quem trabalha.

Um apelo à mobilização para as lutas que aí estão, desde logo a jornada nacional de luta pela defesa do Serviço Nacional de Saúde de dia 16 de Setembro, convocada pela CGTP-IN em todo o País. 

Um apelo à intensificação da luta pela habitação, nas iniciativas durante as próximas semanas e na acção convocada para 30 de Setembro. 

Um apelo à luta contra o aumento do custo de vida, pelas pensões e reformas, pela defesa da Escola Pública, pelo ambiente.

Face às injustiças e desigualdades, os trabalhadores, o povo, os democratas e patriotas são chamados a fazer uma opção. 

A opção entre manter o comando disto tudo nas mãos dos interesses dos grupos económicos e entregue aos protagonistas de turno, sejam PS ou PSD e seus sucedâneos, ou a de tomar nas mãos o destino das suas vidas e construir a alternativa que dá resposta aos seus problemas e aos défices do País.

A opção pelos lucros intermináveis nas mãos de uns poucos e de um País ao serviço dos interesses de uma pequena minoria ou tomar Partido e levar por diante com a sua mobilização, participação e luta, a alternativa política que assume os seus interesses.

É esta a opção que está colocada a todos e a cada um, uma opção que une cada vez mais gente, uma opção que sabe que há meios, há recursos e há gente séria e capaz para a levar por diante.

Quando a grande maioria que é alvo das injustiças e das desigualdades, quando os trabalhadores e o povo tomarem consciência da força que têm, da força da sua luta, da força da sua unidade, aí isto vai mesmo mudar. 

Dêem força à vossa força, sejam protagonistas das vossas soluções, tomem Partido pelo PCP, por este que é o vosso Partido e que conta sempre, conta para levar por diante o que é positivo e nunca falha no combate ao que é negativo, venha de onde vier.

Se há aspecto que hoje é cada vez mais evidente para milhares de pessoas, é que quando o PCP avança, isso contribui para a vida de cada um avançar.

Se assim é, então é do interesse dos trabalhadores, do povo e dos democratas que o PCP avance e se reforce a todos os níveis.

Aqui estão os anseios do povo, aqui está o Partido que tem soluções, aqui está o incansável motor da luta e da convergência e de todos quantos estejam empenhados por uma vida melhor.

Queremos mais Partido, não para encher o peito, queremos mais Partido porque isso é requisito para elevar as condições de vida dos trabalhadores e do povo, e fazer o País avançar.

E é para isso que cá estamos.

Queremos mais força ao PCP e à CDU com os nossos aliados do Partido Ecologista “Os Verdes” e da Associação Intervenção Democrática, que daqui saudamos, porque mais votos e mais mandatos da CDU é requisito para que os direitos e condições de vida dos trabalhadores e das populações avancem, e desde já na Madeira onde terão lugar daqui a três semanas eleições para a Assembleia Legislativa Regional.

Aqui deixamos uma saudação a todos quantos lá constroem neste momento um resultado que certamente reconhecerá a força que todos os dias lá está a dar combate e a resistir à política de PSD e CDS na defesa dos trabalhadores e do povo da Região, a força com que contam sempre na hora de fazer valer direitos e salários.

Passo a passo estamos a construir o resultado que coloque a autonomia ao serviço do povo, do progresso e desenvolvimento da Madeira.

A menos de um ano das eleições para o Parlamento Europeu aqui afirmamos que os deputados do PCP são a voz imprescindível que garante a defesa dos direitos e interesses dos trabalhadores, do povo e do País, para corajosamente enfrentar a submissão ao Euro e às imposições da União Europeia.

São deputados que estão ao teu lado todos os dias, são a tua voz no Parlamento Europeu, foi assim, é assim e assim será.

Como apontámos na Conferência Nacional, tomemos a iniciativa, liguemo-nos ainda mais à vida, aos problemas, às realidades, potencialidades e capacidades dos trabalhadores e do povo; reforcemos o Partido, e o País andará para a frente.

Alarguemos a participação dos milhares de novos militantes que aderiram ao Partido nos últimos anos, muitos já a contribuir com a sua militância, responsabilizemos muitos mais e, a luta dos trabalhadores, das populações e de amplas camadas da sociedade, ganhará mais força.

Aqui está o PCP, um Partido com uma acção extraordinária em que milhares de militantes, dos mais novos aos mais velhos, assumem uma dedicação sem limites aos trabalhadores e ao povo. 

Aqui está o Partido confiável e que não anda ao sabor do vento, que não cede ao medo, à chantagem, à ameaça, à mentira, e que em nenhum momento abandona os trabalhadores e o povo.

O Partido da classe operária e de todos os trabalhadores, que conhece por experiência própria o poder do inimigo, mas que não fica à espera, toma a iniciativa e sabe que os trabalhadores e as massas populares organizadas são uma força imparável. 

Um Partido ligado à vida, que não fala de cor dos problemas, que não olha de cima para baixo para a realidade, que está todos os dias, lá onde é preciso estar, com os trabalhadores e as populações nas suas lutas, e não há silenciamento mais ou menos organizado que apague esta realidade.

Podem decretar-nos todas as sentenças, mas um Partido assim, dos e ao serviço de todos os trabalhadores, tal como revela esta Festa, um Partido assim está destinado, isso sim, a crescer, a alargar e a reforçar-se.

Somos o Partido Comunista Português, que afirma a sua identidade comunista, a sua natureza de classe, o seu objectivo de construção de uma sociedade nova, o socialismo e o comunismo, a sua base teórica, o Marxismo-Leninismo, os seus princípios de funcionamento, um partido patriótico e internacionalista.

Cá estamos, sabendo que o capitalismo é exploração, opressão, guerra, fome, miséria, corrupção, degradação ambiental e que a sua superação revolucionária é a grande necessidade dos trabalhadores e dos povos. 

Com a alegria de sempre, com o entusiasmo da juventude, com a experiência dos mais velhos, com a criatividade dos intelectuais, com o empenho dos micro, pequenos e médios empresários e agricultores, com a coragem dos imigrantes, com a sabedoria do povo e acima de tudo, com a força determinante da classe operária e dos trabalhadores, cá estamos com a serena e profunda convicção de que não há ideal mais belo, mais justo e mais necessário que o nosso, um ideal e um projecto que orienta e mobiliza a construção de uma sociedade nova, a sociedade nova a que o futuro pertence.

Pelos Valores de Abril no futuro de Portugal, pelo Socialismo e o Comunismo.

A Luta continua.

Viva a solidariedade Internacionalista!
Viva a Paz!
Viva a Festa do Avante!

Viva a Juventude Comunista Portuguesa!
Viva o Partido Comunista Português!

 

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