Com força para continuar a luta

«Com força aqui estamos, pela luta é que lá vamos!» - uma das palavras de ordem ouvidas durante as três horas que a grande manifestação da CGTP-IN demorou, entre as praças do Duque de Saldanha e dos Restauradores, em Lisboa - sintetiza a mensagem fundamental desta jornada de luta.

As quase 200 mil pessoas que saíram à rua - 130 mil na capital e 60 mil no Porto, e também cerca de um milhar no Funchal - deram corpo e voz ao justo protesto «Contra o empobrecimento e as injustiças», e fizeram desfilar numa corrente única as várias batalhas em que ultimamente têm estado empenhados trabalhadores de diferentes sectores e empresas, bem como populações e utentes de serviços públicos, especialmente de saúde.

Mas estes milhares de portuguesas e portugueses vieram também dizer que não se vergam aos ditames do entendimento entre a troika defensora dos interesses dos agiotas que pretendem continuar a sugar a riqueza nacional e a troika dos partidos que estão comprometidos com a política de direita e aceitaram submeter-se ao pacto de agressão.

Em Lisboa, a manifestação foi encabeçada por um grupo de trabalhadores da TNC, enquadrado por seis camiões com bandeiras. Logo a seguir, desfilaram dirigentes da CGTP-IN e o entusiasmado grupo de activistas da Interjovem. A par do pessoal da empresa de camionagem, um exemplar caso de firmeza na luta em defesa dos postos de trabalho e da efectiva viabilização, do palco instalado nos Restauradores foi ainda assinalada a participação das trabalhadoras das Porcelanas Bonvida (da Batalha) e do supermercado E'Leclerc, de Portimão. Em Lisboa manifestaram-se trabalhadores dos distritos do Sul, incluindo Castelo Branco, Santarém e Leiria. Nos Restauradores intervieram Isa Girão, da Interjovem, e Manuel Carvalho da Silva, Secretário-geral da CGTP-IN. Uma delegação do PCP, incluindo o Secretário-geral, Jerónimo de Sousa, saudou a passagem dos manifestantes e acabou por se integrar também no desfile, na Avenida da Liberdade.

No Porto tiveram lugar duas concentrações: na Praça dos Leões (do distrito anfitrião) e na Praça da Batalha (dos restantes distritos do Centro e Norte), de onde os manifestantes marcharam para um destino comum: a Avenida dos Aliados, onde interveio João Torres, da Comissão Executiva da CGTP-IN.

Semana de luta
Com a força demonstrada hoje, a CGTP-IN e os trabalhadores partem com ânimo elevado para a realização da «semana de luta», que a central vai promover entre 20 e 27 de Outubro, com greves totais ou parciais e com acções públicas, «numa luta que tem que ser cada vez mais geral» - como se afirma na resolução saída das manifestações de hoje.

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