Vivemos um momento importante e exigente da vida nacional. O nosso povo está confrontado com uma importante decisão sobre o futuro imediato da nossa vida colectiva. A eleição de deputados à Assembleia da República coloca-nos perante o desafio, que é simultaneamente uma oportunidade, de criar condições para dar resposta aos muitos e graves problemas que o nosso País enfrenta.
Problemas que não são de hoje e que a pandemia veio expor com maior clareza. Problemas que são o resultado de décadas de política de direita. Uma política pela qual respondem, nos seus aspectos estruturantes, tanto o PS como o PSD.
Partidos que partilham a responsabilidade por décadas de submissão aos ditames da União Europeia e aos interesses do grande capital.
Os resultados são conhecidos. Défices estruturais graves que se foram acumulando. Desde logo, um volumoso e persistente défice produtivo, consequência directa da desvalorização da agricultura, da indústria e dos nossos recursos nacionais. Desde há muito que alertamos: um país que não produz fica amarrado à dependência e ao endividamento. A solução para dever menos é produzir mais. Mas pela mão de sucessivos governos – ora do PS, ora do PSD – o País desaproveitou as suas potencialidades e recursos e foi substituindo produção nacional por importações, quando podia e devia ter feito o contrário.
Veja-se o caso da Dielmar, atirada para a insolvência, perante a passividade do Governo e hoje com os trabalhadores confrontados com a incerteza quanto ao seu futuro e a região mais pobre do ponto de vista do seu sector produtivo.
Perante este cenário, o que têm feito os deputados do PS e do PSD eleitos aqui pelo círculo de Castelo Branco? Têm eles contribuído para a denúncia desta situação e para a procura de soluções que a modifique? Ou, pelo contrário, são também eles responsáveis pelas políticas e pelas decisões que criaram todo este quadro de dificuldades, desigualdades e injustiças? É por isso que as populações do Interior só terão a ganhar com a eleição de deputados da CDU! Com a presença na Assembleia da República de vozes comprometidas com os interesses das populações do Interior, dos trabalhadores, dos agricultores, dos pequenos e médios empresários, comprometidas com a procura das soluções que permitam enfrentar os problemas aqui do distrito.
Porque é disto que Castelo Branco e o País precisam: de soluções para os problemas que enfrentamos.
E é esse o nosso compromisso. É nesse objectivo que empenhamos toda a nossa acção, todos os nossos esforços: encontrar e concretizar soluções para os problemas dos trabalhadores, do povo e do País.
Soluções como o aumento geral dos salários e do Salário Mínimo Nacional, como condição de justiça social e de desenvolvimento económico, dinamizando o mercado interno. Uma condição essencial também para travar a emigração de milhares de jovens, que estão a ser privados do direito a serem felizes no seu País. Não há futuro para um País baseado em baixos salários.
Soluções como o combate à precariedade, à desregulação dos horários de trabalho, aos abusos e às arbitrariedades patronais, que são factores de instabilidade permanente no trabalho e na vida, criando assim outras e melhores condições para compatibilizar a vida profissional e a vida familiar.
Soluções para combater a quebra demográfica e apoiar a livre decisão de ter filhos, assegurando, entre outras medidas, a gratuitidade das creches para todas as crianças, já a partir de 2022, e a construção de uma rede pública de creches.
Soluções que assegurem uma vida digna e de qualidade aos mais idosos. Que assegurem o aumento das pensões de reforma, sem deixar reformados para trás a perder poder de compra, e assegurando o fim das penalizações e a garantia da reforma por inteiro com 40 anos de descontos.
Soluções para salvar o Serviço Nacional de Saúde de um caminho que levará à sua destruição se nada se fizer, para fixar profissionais, valorizar os seus salários e carreiras, aumentar o investimento que garanta a todos, em todo o País, o acesso em tempo útil à consulta, ao exame, à cirurgia, ao médico e enfermeiro de família.
Soluções para garantir às populações serviços públicos de qualidade, com uma distribuição equilibrada pelo território nacional, de forma a promover o seu bem-estar e a coesão territorial, combatendo as desigualdades e assimetrias de desenvolvimento entre o litoral e o interior, entre a cidade e o campo.
Soluções para um correcto ordenamento do território, para assegurar às populações um ambiente saudável, para promover a preservação dos ecossistemas e a salvaguarda dos recursos hídricos e da sua propriedade e gestão públicas.
Soluções que tragam justiça fiscal, que garantam uma melhor distribuição dos impostos. Que ponham quem mais tem e hoje foge ao pagamento de impostos a pagar mais, desagravando o peso dos impostos sobre os trabalhadores e as suas famílias e sobre as micro, pequenas e médias empresas.
Soluções para assegurar o aumento da produção nacional, a criação de emprego e o apoio à actividade das pequenas e médias empresas. Soluções que valorizem a pequena e média agricultura e a agricultura familiar.
Foi esta resposta aos problemas nacionais que o PS não quis dar e que o PSD não dá.
O PS atirou o País para eleições porque recusou soluções. Preferiu ir para eleições a adoptar as soluções de que o País precisa e que o PCP propôs. E cada dia que passa vai deixando mais claro porque é que o fez. Fê-lo porque viu aqui o que julgou ser a oportunidade para uma ambicionada maioria absoluta, explorando os efeitos de uma encenada vitimização. Tudo para ficar de mãos livres para fazer aquilo que, sempre que dependeu dele próprio, acabou por fazer: pôr em prática a política de direita, sozinho ou com o apoio do PSD, que já disse que não faltará à chamada para dar andamento acelerado a esta velha e gasta política.
O que o PS quer é não ter de se confrontar com a acção do PCP e da CDU, que nos últimos anos permitiu assegurar avanços que o PS só viabilizou porque a isso foi obrigado. Quer ter as mãos livres, sim, para escolher sem estorvos o lado do grande patronato, em vez do lado dos trabalhadores, para levar a água ao moinho do grande capital, encaminhando para aí os milhões dos fundos comunitários, desaproveitando mais uma oportunidade para investir no País e na resposta aos problemas e dificuldades do nosso povo, para escolher abertamente o lado da submissão aos ditames da União Europeia, em vez do lado da defesa intransigente dos interesses nacionais.
Dar força ao PS nestas eleições é premiar este virar de costas ao País.
É importante retirarmos lições do que aconteceu em 2019.
Que ninguém duvide: um PS mais forte significará um PS ainda mais próximo do PSD, significará avolumar os problemas nacionais, em vez de lhes responder.
Como não se duvide também que votar no PSD, ou num qualquer dos seus apêndices ou sucedâneos, é dar força ao ataque a direitos, aos cortes nas pensões e salários, ao ataque ao Serviço Nacional de Saúde e aos serviços públicos, ao assalto ao património público. Este é o registo e o projecto que estes partidos têm colado à pele e que alguns tentam branquear à força, a tempo de enganar os mais incautos.
Nestes tempos de campanha eleitoral não vão faltar as tentativas de vender gato por lebre, de ocultar e iludir responsabilidades pela situação do País, como não vão faltar as manobras e operações de chantagem.
Pois bem, este é o tempo para lembrar que cada voto na CDU é um voto que conta, como nenhum outro, para impedir a maioria absoluta que o PS ambiciona e também para impedir o regresso do PSD, sozinho ou com os seus apêndices atrelados ou ainda de mão dada com o PS.
Não deixamos que ninguém se esqueça que em 2015, quando o PS felicitava PSD e CDS pela vitória eleitoral e confessava a sua vontade de os deixar permanecer no Governo, a força da CDU contou para consumar o afastamento destes partidos do Governo.
O voto na CDU contou, como nenhum outro, para devolver a esperança ao povo português.
O voto na CDU contou, como nenhum outro, para iniciar um caminho de defesa, reposição e conquista de direitos.
Os trabalhadores e o povo português sabem que o PCP nunca desperdiçou nenhuma oportunidade para melhorar as suas vidas.
O voto na CDU contou decisivamente para a reposição de salários e de outros direitos roubados, como feriados e complementos de reforma; para a reposição do direito ao pagamento por inteiro do Subsídio de Natal; contou para o aumento do Salário Mínimo Nacional, ainda que aquém do necessário.
O voto na CDU contou decisivamente para o fim dos cortes nas pensões e o seu aumento extraordinário em cinco anos consecutivos; contou para a valorização do abono de família, o alargamento do abono pré-natal e do apoio às pessoas com deficiência.
O voto na CDU contou para a ampliação da protecção aos desempregados, para a melhoria das condições de acesso à reforma dos trabalhadores das minas e das pedreiras.
O voto na CDU contou para o alívio do IRS sobre os rendimentos do trabalho, bem como para a eliminação da sobretaxa. Que contou decisivamente para assegurar a gratuitidade dos manuais escolares nos 12 anos da escolaridade obrigatória, para a redução do valor das propinas no Ensino Superior.
O voto na CDU contou para a redução das taxas moderadoras na saúde, a redução de custos com os medicamentos. Que contou para a redução do IVA na restauração e para a eliminação do Pagamento Especial por Conta.
O voto na CDU contou para a redução de custos com combustíveis para os agricultores.
O voto na CDU contou de forma decisiva quando, na fase mais aguda da pandemia, houve que garantir os salários aos trabalhadores em layoff, assegurar a protecção social aos mais afectados pelos impactos da Covid-19 e adoptar medidas de emergência que se colocaram ao Serviço Nacional de Saúde.
Este é um caminho de que nos orgulhamos e que os trabalhadores e o povo, estamos certos, não esquecem.
O voto na CDU contou e conta. E conta como nenhum outro! Para construir um futuro melhor para o nosso povo, para abrir e percorrer os caminhos de uma política alternativa. Uma política que dê prioridade à solução dos problemas nacionais que a política de direita acumulou. Uma política alternativa que reclama um governo capaz de a concretizar, com todos os que dêem prioridade às soluções que a situação exige.
É dessa política alternativa que o País precisa. É essa perspectiva de alternativa que a CDU corporiza.
Aos trabalhadores e ao povo e, em particular, ao povo aqui do distrito de Castelo Branco, aos jovens, aos reformados, aos micro, pequenos e médios empresários, a todos os que sentem que é possível termos um País mais justo e mais desenvolvido, queremos dizer que mesmo em tempos difíceis como os que vivemos há razões de confiança e de esperança.
Com o reforço da CDU, é possível responder aos problemas do País. É essa resposta que pode trazer estabilidade à vida dos trabalhadores e do povo. É dessa estabilidade que precisamos. Não da falsa estabilidade das maiorias absolutas, que como a história tão bem demonstra rapidamente se transforma num inferno de instabilidade na vida de quem trabalha.
Os trabalhadores, o povo e o País contam com a CDU para, com a máxima determinação e confiança, assegurar as respostas e soluções que a situação exige. Está nas mãos de cada um contribuir para acender essa centelha de esperança num futuro melhor.
A CDU mostrou ser a força que não verga, nem vacila, perante as chantagens e pressões, quando o que está em causa é defender os interesses do povo e do País, e encontrar soluções para os seus problemas. Esta é a mais sólida razão para travarmos com confiança e determinação a batalha das eleições legislativas de 30 de Janeiro. Também aqui no distrito de Castelo Branco, onde as populações têm nas suas mãos a oportunidade de eleger deputados que acrescentem força à força da CDU!
Travaremos esta batalha com confiança, sim. Certos de que a CDU contará sempre para a convergência em torno de uma política capaz de enfrentar a difícil situação actual. Mas atenção: a questão não é, em abstracto, se se quer ou não convergir; a questão é sobre que conteúdos, que políticas, que medidas concretas se deve convergir. A convergência que a CDU defende é determinada por uma política que abra perspectivas de resposta aos problemas nacionais e não pelas ambições de poder que sabemos que movem outros.
A política de que o País precisa e a convergência para lhe dar suporte têm no reforço da CDU a condição principal para a sua concretização. Convergir na resposta concreta aos problemas dos salários, das pensões, da saúde, da educação, da produção, da coesão do território - é essa a determinação da CDU. É isso que é necessário. É isso que iremos trazer para esta campanha. É isso que é preciso. É a isso que iremos deitar mãos: erguer uma jornada de esclarecimento e de mobilização, que fuja da eterna discussão em que alguns nos querem enredar, dos arranjos e arranjinhos de poder, feitos para assegurar a sobrevivência da política que está na origem dos problemas e dificuldades que enfrentamos.
Construir soluções. É essa garantia que os trabalhadores e o povo encontram na CDU. É essa reconhecida acção ao lado dos trabalhadores e do povo em defesa dos seus direitos que somam para as razões de apoio à CDU na hora em que cada um decide do seu futuro.
Sim, os portugueses que querem ter a certeza que o seu voto é para fazer avançar o País apenas têm um voto seguro que o garante – o voto na CDU!
Sim, este é um voto que conta e contará, como nenhum outro, para abrir um horizonte de esperança na vida deste País!