Senhora Comissária Maria Luís Albuquerque, este relatório sobre as actividades financeiras do Banco Europeu de Investimento está alinhado com os objectivos políticos da União Europeia e, por isso, dá suporte a opções erradas que desconsideram as necessidades dos povos e não aponta o caminho que devia ser seguido para corresponder a essas necessidades.
O financiamento do BEI à indústria militar ronda já os mil milhões de euros, mas o relatório tece loas ao reforço do papel do BEI em investimentos militares, incluindo com a cortina de fumo que é a cláusula de dupla utilização, cuja revisão permite já investimentos em bens predominantemente com fins militares.
Em sentido contrário, não há, por exemplo, uma exigência de que o BEI, aliado aos bancos de fomento nacionais, seja um banco para promover mais investimento público nas áreas que promovem a coesão económica, social e territorial, apoiando os sectores produtivos dos Estados‑Membros ou dando, por exemplo, resposta aos problemas como o da habitação. É preciso financiamento para garantir a construção a custos controlados de habitação, o investimento público no alargamento da oferta pública de habitação para garantirmos uma resposta à crise da habitação. Mas sobre isso não há uma intenção de apontar o caminho que o BEI deve seguir e o contributo que deve dar para esses objectivos.