Intervenção de Patrícia Machado, membro da Comissão Política do Comité Central do PCP, IX Assembleia da Organização Regional de Castelo Branco

Assembleia da Organização Regional de Castelo Branco

Assembleia da Organização Regional de Castelo Branco

Camaradas e amigos

Uma forte e calorosa saudação da Direcção da Organização Regional aos militantes do Partido que hoje aqui estão a participar nesta IX Assembleia e por vosso intermédio a toda a organização. Uma saudação ainda a todos que não sendo militantes, aceitaram o nosso convite para estarem aqui presentes.

Uma assembleia que realizamos e preparámos num quadro politico, social e económico de grande complexidade, de intensa actividade do nosso Partido e de uma expressiva e ampla luta de massas. Uma assembleia que discutirá uma resolução politica, resultante de diversos contributos e que faz uma análise rigorosa da actual situação no distrito e aponta caminhos e orientações, colocando a organização do Partido e a luta de massas como aspectos determinantes para a construção da politica alternativa e da alternativa politica.

A situação que se vive no Distrito de Castelo Branco, não está desligada da realidade nacional, do resultado de 36 anos de politica de Direita e do Pacto de Agressão do PS/PSD/CDS com o FMI, BCE e UE, que se traduz no crescimento das desigualdades, das injustiças, do empobrecimento, da destruição do aparelho produtivo e dos serviços publicos, do aumento da exploração e ataque aos direitos dos trabalhadores.

Assistimos a um quadro de crescente desemprego, precariedade e baixos salários no Distrito. A realidade comprova esta análise. No final de 2012 eram mais de 14 mil os desempregados no Distrito, sendo que 37% destes são jovens até os 34 anos e mais de 50% mulheres. Ao longo dos últimos 4 anos assistimos a um processo continuado de destruição de empresas, onde só o número de insolvências ultrapassa as 240, essencialmente, do comércio retalhista, da restauração, da construção civil e do sector automóvel e em que só nos primeiros 9 meses de 2012 encerraram 37% de empresas.

A redução de salários, pensões e reformas, as situações de salários em atraso, não pagamento de horas extraordinárias, aumento do horário de trabalho são algumas das formulas de exploração que sob o aval e promoção dos protagonistas das politicas de direita se têm verificado em diversas empresas e locais de trabalho no Distrito.

A destruição do aparelho produtivo é também visível no sector agrícola e florestal onde a adopção da PAC e o incentivo ao abandono da produção contribuíram para a liquidação de centenas de explorações e à degradação da situação dos pequenos agricultores acrescendo as dificuldades para o sector associativo e cooperativo.

A linha de ataque atinge a administração e os serviços públicos, pondo em causa a universalidade e qualidade dos mesmos como inscrito na constituição da república. A par da liquidação de freguesias, num ataque ao poder local democrático, assiste-se à destruição de serviços como escolas, serviços de saúde, postos de correio assim como as linhas de privatização destes e outros serviços como a água, o corte nos transportes de doentes e as taxas moderadoras são alguns exemplos que levam a que muitas populações fiquem distantes e por vezes impossibilitadas de ter acesso aos diversos serviços públicos.

Camaradas e amigos, foi e continua a ser a luta o motor da transformação, da exigência pela ruptura com a política de direita. Foi na classe operária e nos trabalhadores em geral que este politica encontrou o maior, mais consequente e permanente factor de resistência e resposta. Ao longo destes 4 anos foram muitas as acções de luta dos trabalhadores e das populações, das quais destacamos as greves gerais de 22 de Março e 14 de Novembro de 2012, a grande manifestação da CGTP que encheu o Terreiro do Paço em Lisboa a 29 de Setembro de 2012, as Marchas contra o desemprego e o empobrecimento no Distrito, o 16 de Fevereiro de 2013 onde mais de 1000 trabalhadores do Distrito participaram ou ainda as lutas de empresas e de sectores, como das trabalhadoras da Carveste, dos trabalhadores das Minas, das águas do Alardo, da resistrela e ainda dos professores, dos funcionários públicos e da administração local. Destacamos ainda a luta das populações contra as portagens, na defesa do Serviço Nacional de saúde e da escola publica, contra o encerramento dos CTT no Tortosendo, ou ainda dos reformados na defesa da segurança social e pelo pagamento dos medicamentos aos reformados dos lanifícios.

Daqui enviamos uma grande saudação aos trabalhadores e populações, que resistem e lutam no distrito e lhes dizemos que podem contar com este Partido, com a Organização Regional e a sua Direcção, na solidariedade e empenho na luta na defesa intransigente dos seus interesses e aspirações e que é necessário e possivel uma politica alternativa, traduzida em grande medida na resolução politica apresentada nesta assembleia, como são exemplos o apoio à produção, a valorização do trabalho e dos trabalhadores, a redução dos custos dos factores de produção, o investimento nos serviços públicos, a eliminação de portagens ou ainda o apoio às PME.

A organização do Partido tem desenvolvido uma intensa atividade, no quadro da luta e do reforço da organização.

Um reforço que é essencial para continuar a cumprir o papel do Partido, de estar lá onde estão os problemas, indo ao encontro dos anseios e aspirações dos trabalhadores e das populações. Temos que manter e reforçar o trabalho de ligação às massas, a organização nas empresas e locais de trabalho, a informação e propaganda, a formação ideológica, o reforço das receitas e da capacidade financeira do Partido, o recrutamento e a integração de novos militantes como condição essencial para este reforço. Ir ao contacto com trabalhadores, jovens, homens e mulheres dizendo-lhes que tomem partido, que tomem nas suas mãos o destino das suas vidas, que adiram ao PCP.

São inúmeras e exigentes as tarefas a que temos que dar resposta e nas quais estamos envolvidos. O reforço orgânico, o crescimento e intensificação da luta de massas, a luta pela demissão do Governo. Temos também este ano as eleições autárquicas 1momento que permitirá o contacto com milhares de pessoas, o envolvimento de muitos independentes, homens, mulheres e jovens que reconhecem no projecto do PCP e da CDU a defesa do poder local democrático e a resposta de trabalho, honestidade e competência no plano de respostas locais às populações. Uma batalha que abraçamos com determinação e confiança com o objectivo de reforçar as nossas posições e alargar o trabalho e intervenção do PCP e da CDU nas autarquias do Ditrito.

Camaradas e amigos este é também o ano em que comemoramos o Centenário de Álvaro Cunhal e que hoje também assinalamos. Sob o lema “Vida, pensamento e luta: exemplo que se projecta na actualidade e no futuro” estas comemorações assumem uma justa homenagem àquele que foi um dos mais consequentes lutadores pela liberdade, a democracia, o socialismo e o comunismo.

Um legado de vida, pensamento e luta que se projecta na actualidade e no futuro ao serviço dos trabalhadores, do povo e da patria, pela democracia, o socialismo e o comunismo.

Assinalamos o centenário no Distrito com a passagem da exposição por diversos concelhos, com diversas acções e iniciativas das quais destacamos a que se realizará no dia 9 de Novembro na Covilhã sob o lema “ As lutas operárias, a actualidade do pensamento e acção de Álvaro Cunhal”

A ideia que transmitiu de que “A alegria de viver e de lutar vem-nos da profunda convicção de que é justa, empolgante e invencivel a causa porque lutamos” é sem dúvida expressão da luta intransigente que assumimos na defesa dos trabalhadores, do povo e do país.

Camaradas, é com esta alegria, com toda a confiança que afirmamos que esta Assembleia será um momento que contribuirá certamente para o reforço do Partido e consequentemente para o reforço da luta na defesa dos trabalhadores e das populações. As orientações daqui saídas assumidas individual e colectivamente transformar-se-ão em força motora da transformação necessária e possível na construção da politica alternativa que o PCP preconiza para o desenvolvimento do Distrito de Castelo Branco.

Viva a luta dos trabalhadores e das populações

Viva a IX AORCB

Viva o PCP

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