Camaradas e amigos
Uma forte e calorosa saudação da Direcção da Organização Regional aos militantes do Partido que hoje aqui estão a participar nesta IX Assembleia e por vosso intermédio a toda a organização. Uma saudação ainda a todos que não sendo militantes, aceitaram o nosso convite para estarem aqui presentes.
Uma assembleia que realizamos e preparámos num quadro politico, social e económico de grande complexidade, de intensa actividade do nosso Partido e de uma expressiva e ampla luta de massas. Uma assembleia que discutirá uma resolução politica, resultante de diversos contributos e que faz uma análise rigorosa da actual situação no distrito e aponta caminhos e orientações, colocando a organização do Partido e a luta de massas como aspectos determinantes para a construção da politica alternativa e da alternativa politica.
A situação que se vive no Distrito de Castelo Branco, não está desligada da realidade nacional, do resultado de 36 anos de politica de Direita e do Pacto de Agressão do PS/PSD/CDS com o FMI, BCE e UE, que se traduz no crescimento das desigualdades, das injustiças, do empobrecimento, da destruição do aparelho produtivo e dos serviços publicos, do aumento da exploração e ataque aos direitos dos trabalhadores.
Assistimos a um quadro de crescente desemprego, precariedade e baixos salários no Distrito. A realidade comprova esta análise. No final de 2012 eram mais de 14 mil os desempregados no Distrito, sendo que 37% destes são jovens até os 34 anos e mais de 50% mulheres. Ao longo dos últimos 4 anos assistimos a um processo continuado de destruição de empresas, onde só o número de insolvências ultrapassa as 240, essencialmente, do comércio retalhista, da restauração, da construção civil e do sector automóvel e em que só nos primeiros 9 meses de 2012 encerraram 37% de empresas.
A redução de salários, pensões e reformas, as situações de salários em atraso, não pagamento de horas extraordinárias, aumento do horário de trabalho são algumas das formulas de exploração que sob o aval e promoção dos protagonistas das politicas de direita se têm verificado em diversas empresas e locais de trabalho no Distrito.
A destruição do aparelho produtivo é também visível no sector agrícola e florestal onde a adopção da PAC e o incentivo ao abandono da produção contribuíram para a liquidação de centenas de explorações e à degradação da situação dos pequenos agricultores acrescendo as dificuldades para o sector associativo e cooperativo.
A linha de ataque atinge a administração e os serviços públicos, pondo em causa a universalidade e qualidade dos mesmos como inscrito na constituição da república. A par da liquidação de freguesias, num ataque ao poder local democrático, assiste-se à destruição de serviços como escolas, serviços de saúde, postos de correio assim como as linhas de privatização destes e outros serviços como a água, o corte nos transportes de doentes e as taxas moderadoras são alguns exemplos que levam a que muitas populações fiquem distantes e por vezes impossibilitadas de ter acesso aos diversos serviços públicos.
Camaradas e amigos, foi e continua a ser a luta o motor da transformação, da exigência pela ruptura com a política de direita. Foi na classe operária e nos trabalhadores em geral que este politica encontrou o maior, mais consequente e permanente factor de resistência e resposta. Ao longo destes 4 anos foram muitas as acções de luta dos trabalhadores e das populações, das quais destacamos as greves gerais de 22 de Março e 14 de Novembro de 2012, a grande manifestação da CGTP que encheu o Terreiro do Paço em Lisboa a 29 de Setembro de 2012, as Marchas contra o desemprego e o empobrecimento no Distrito, o 16 de Fevereiro de 2013 onde mais de 1000 trabalhadores do Distrito participaram ou ainda as lutas de empresas e de sectores, como das trabalhadoras da Carveste, dos trabalhadores das Minas, das águas do Alardo, da resistrela e ainda dos professores, dos funcionários públicos e da administração local. Destacamos ainda a luta das populações contra as portagens, na defesa do Serviço Nacional de saúde e da escola publica, contra o encerramento dos CTT no Tortosendo, ou ainda dos reformados na defesa da segurança social e pelo pagamento dos medicamentos aos reformados dos lanifícios.
Daqui enviamos uma grande saudação aos trabalhadores e populações, que resistem e lutam no distrito e lhes dizemos que podem contar com este Partido, com a Organização Regional e a sua Direcção, na solidariedade e empenho na luta na defesa intransigente dos seus interesses e aspirações e que é necessário e possivel uma politica alternativa, traduzida em grande medida na resolução politica apresentada nesta assembleia, como são exemplos o apoio à produção, a valorização do trabalho e dos trabalhadores, a redução dos custos dos factores de produção, o investimento nos serviços públicos, a eliminação de portagens ou ainda o apoio às PME.
A organização do Partido tem desenvolvido uma intensa atividade, no quadro da luta e do reforço da organização.
Um reforço que é essencial para continuar a cumprir o papel do Partido, de estar lá onde estão os problemas, indo ao encontro dos anseios e aspirações dos trabalhadores e das populações. Temos que manter e reforçar o trabalho de ligação às massas, a organização nas empresas e locais de trabalho, a informação e propaganda, a formação ideológica, o reforço das receitas e da capacidade financeira do Partido, o recrutamento e a integração de novos militantes como condição essencial para este reforço. Ir ao contacto com trabalhadores, jovens, homens e mulheres dizendo-lhes que tomem partido, que tomem nas suas mãos o destino das suas vidas, que adiram ao PCP.
São inúmeras e exigentes as tarefas a que temos que dar resposta e nas quais estamos envolvidos. O reforço orgânico, o crescimento e intensificação da luta de massas, a luta pela demissão do Governo. Temos também este ano as eleições autárquicas 1momento que permitirá o contacto com milhares de pessoas, o envolvimento de muitos independentes, homens, mulheres e jovens que reconhecem no projecto do PCP e da CDU a defesa do poder local democrático e a resposta de trabalho, honestidade e competência no plano de respostas locais às populações. Uma batalha que abraçamos com determinação e confiança com o objectivo de reforçar as nossas posições e alargar o trabalho e intervenção do PCP e da CDU nas autarquias do Ditrito.
Camaradas e amigos este é também o ano em que comemoramos o Centenário de Álvaro Cunhal e que hoje também assinalamos. Sob o lema “Vida, pensamento e luta: exemplo que se projecta na actualidade e no futuro” estas comemorações assumem uma justa homenagem àquele que foi um dos mais consequentes lutadores pela liberdade, a democracia, o socialismo e o comunismo.
Um legado de vida, pensamento e luta que se projecta na actualidade e no futuro ao serviço dos trabalhadores, do povo e da patria, pela democracia, o socialismo e o comunismo.
Assinalamos o centenário no Distrito com a passagem da exposição por diversos concelhos, com diversas acções e iniciativas das quais destacamos a que se realizará no dia 9 de Novembro na Covilhã sob o lema “ As lutas operárias, a actualidade do pensamento e acção de Álvaro Cunhal”
A ideia que transmitiu de que “A alegria de viver e de lutar vem-nos da profunda convicção de que é justa, empolgante e invencivel a causa porque lutamos” é sem dúvida expressão da luta intransigente que assumimos na defesa dos trabalhadores, do povo e do país.
Camaradas, é com esta alegria, com toda a confiança que afirmamos que esta Assembleia será um momento que contribuirá certamente para o reforço do Partido e consequentemente para o reforço da luta na defesa dos trabalhadores e das populações. As orientações daqui saídas assumidas individual e colectivamente transformar-se-ão em força motora da transformação necessária e possível na construção da politica alternativa que o PCP preconiza para o desenvolvimento do Distrito de Castelo Branco.
Viva a luta dos trabalhadores e das populações
Viva a IX AORCB
Viva o PCP