Pergunta ao Governo

Anúncio de despedimento na Adidas, na Maia

Destinatários: Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social e Ministro da Economia e Mar

No início do ano de 2019, foram tornadas públicas notícias que anunciavam que a Adidas iria construir um edifício no “TecMaia - Parque de Ciência e Tecnologia da Maia” com o intuito de acolher 300 trabalhadores que a marca já empregava naquele concelho e de poder acrescentar mais uns 500 a 600 novos trabalhadores.

Em Agosto 2020, era o sítio da Câmara Municipal da Maia na internet que anunciava a conclusão do novo edifício “com capacidade para cerca de 750 trabalhadores”.

Segundo a própria empresa anuncia, aquele espaço oferece serviços de alta qualidade em várias áreas para empresas e subsidiárias da Adidas localizadas na Europa e nas Américas.

Convergentes com aquela afirmação, podem ser encontrados dezenas de anúncios de recrutamento no sítio da Adidas na internet para a unidade que tem em funcionamento no TecMaia.

A importância que a Adidas atribui a este "Global Business Services" vai ao ponto de o considerar como: "o motor para impulsionar a transformação para ONE Adidas. É a espinha dorsal operacional da empresa, por meio do fornecimento de serviços globais padrão, com foco no aprimoramento da experiência do usuário do cliente e no fornecimento de habilidades e qualidade consistentes".

E de produzir afirmações como: "Oferecemos serviços de alta qualidade nas áreas de Order to Cash, Source To Pay, Record to Report, Direct to Consumer, Planning & Reporting e Hire to Retire para empresas e subsidiárias da Adidas localizadas na Europa, América do Norte e América Latina. Estamos a crescer a um ritmo acelerado e temos um novo TechHub a chegar ao nosso escritório".

Em completa contradição com as expectativas criadas e anúncios que têm vindo a fazer, nos últimos dias centenas de trabalhadores foram confrontados com o anúncio do encerramento de vários departamentos e deslocalização de serviços para outros países.

São centenas de trabalhadores, altamente qualificados que, sem que nada o fizesse prever, são atirados para o desemprego por uma empresa multinacional, deixando um rasto social profundamente negativo, que o PCP não pode deixar de condenar, para além de expressar a sua solidariedade com os trabalhadores atingidos.

Assim, e ao abrigo da alínea d) do artigo 156.º da Constituição da República Portuguesa, e nos termos e para os efeitos do artigo 299.º do Regimento da Assembleia da República, o Grupo Parlamentar do PCP solicita ao Governo que, através do Trabalho Solidariedade e Segurança Social que responda às seguintes questões:

  1. Conhece a situação descrita?
  2. Quantos trabalhadores podem ser atingidos por esta decisão?
  3. Que apoios públicos, nacionais e comunitários, recebeu a empresa e que contrapartidas garantiu o Governo português, designadamente quanto à manutenção de postos de trabalho?
  4. Que medidas tomou ou pensa tomar para a defesa dos postos de trabalho referidos e para o apoio a estes trabalhadores?
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