Tendo em conta o bloqueio da contratação colectiva pelo patronato com a ajuda do governo PSD/CDS, a conquista de aumentos salariais e de melhores condições de trabalho para os trabalhadores só tem sido possível através da acção reivindicativa nas empresas, com apresentação de cadernos reivindicativos.
Das muitas empresas no âmbito do SITE Sul foram apresentados cadernos reivindicativos em 98 empresas, os quais tiveram a participação dos trabalhadores na sua elaboração e na sua discussão, sendo estes cadernos reivindicativos o reflexo das justas aspirações dos trabalhadores, tendo todos eles sido aprovados em plenários pelos trabalhadores.
Muitos destes cadernos já estão em fase de negociação, tendo-se já numa grande parte deles obtido resultados positivos para os trabalhadores, como por exemplo o aumento de salários, melhoria das condições de trabalho entre outros.
Dos Cadernos reivindicativos já acordados destaco os resultados obtidos na:
- Logister, Acordo para 2015 com 15€ salários até 750€ e 1,5% para salários superiores a 750€, passagem de 17 trabalhadores precários para efectivos mantendo todos os direitos adquiridos.
- Autoeuropa, acordo até 30 de Setembro com aumento de 2% com um mínimo de 20€ e passagem a efectivo todos os trabalhadores que tiveram renovações extraordinárias.
- SMP, acordo para 2015/2016 com 50€ para todos os trabalhadores a partir de 1 de Janeiro, um conjunto de 29 trabalhadores com salários inferiores a 750€ ao fim de 6 meses passam para 700€ e ao fim de mais 6 meses passam para 750€, 3€ sub.transporte dia, premio de assiduidade mensal de 10€, + 3 dias de férias dependendo da assiduidade, pagamento do trabalho suplementar de acordo com a Contratação colectiva e o horário dos trabalhadores administrativos passam a 39 horas semanais conforme CCT.
- Isporeco, foi através da greve realizada ontem no seguimento do dia de indignação e luta marcada pela CGTP, que os trabalhadores conquistaram um aumento salarial de 11€, sendo que aos trabalhadores com salário mais baixo o aumento salarial atinge cerca de 50€.
Esta luta é ainda mais de louvar tendo em conta as condições em que foi realizada, tendo os trabalhadores grevistas lutado não só contra a administração da Isporeco, mas também contra a própria AE, pois os grevistas foram substituídos por trabalhadores da AE que estavam em formação na ATEC, e que foram retirados da formação e colocados na linha de produção com o único objectivo de anular os efeitos da greve, mas os planos saíram-lhes furados, devido à boa organização dos trabalhadores existentes e a greve cumpriu o seu objectivo.
Com estes exemplos da luta e conquista dos trabalhadores nos seus locais de trabalho, podemos afirmar que, mesmo com as políticas seguidas pelo governo na redução e eliminação de direitos, com as sucessivas alterações do código do trabalho, os trabalhadores e os seus representantes sindicais não se rendem a estas políticas e estando informados dos seus direitos, os trabalhadores são os primeiros a lutar e a exigir sua a aplicação.
Por esse motivo é necessário continuarmos a trabalhar no sentido de informar e esclarecer os trabalhadores sobre os seus direitos, nos seus locais de trabalho, em plenários, através da distribuição de comunicados e utilizando novas ferramentas de trabalho, como as tecnologias de informação, nomeadamente o e-mail e facebook.
A luta continua nas empresas e na rua.