Camaradas,
Como afirmamos na proposta de Resolução Política, a situação internacional conhece, em termos gerais, um agravamento, em resultado da escalada de confrontação e guerra do imperialismo, que para além das suas brutais consequências para milhões de seres humanos, encerra o perigo de um conflito de grandes proporções.
A realidade está a demonstrar que, perante o seu declínio relativo, os Estados Unidos da América, com outras grandes potências capitalistas, não olham a meios para procurar salvaguardar o seu domínio hegemónico.
Se, compreensivelmente, há motivos de preocupação perante gravosos desenvolvimentos no mundo, sobretudo o que estes desenvolvimentos colocam é a necessidade de uma mais ampla tomada de consciência, mobilização e acção organizada de todos quantos se opõem ao militarismo e à guerra, ao caminho para o abismo.
Uma mais ampla tomada de consciência, mobilização e acção em defesa da paz que passa pelo esclarecimento e, portanto, pela defesa da verdade, enfrentando necessariamente a imensa campanha de desinformação e mentira, de apologia e banalização do militarismo e da guerra, veiculada até à exaustão na comunicação social, que tudo faz para silenciar, estigmatizar e tentar calar os que justamente persistem na rejeição da guerra, na condenação dos seus responsáveis e na denúncia das suas reais intenções.
Como sabemos, vivemos tempos em que afirmar a defesa da paz e a verdade, em que afirmar a solidariedade com os povos que lutam pelos seus direitos e soberania, com aqueles que resistem à ingerência e à agressão do imperialismo, exige coragem e determinação.
É por isso que o PCP é tão atacado pelos seus posicionamentos de princípio em defesa da paz e em solidariedade com os povos. Porque o PCP não claudica, antes dá combate aos profetas do militarismo e da guerra. Porque o PCP fala a verdade. Porque o PCP esclarece, organiza, mobiliza para a acção em defesa da paz – e isso tem toda a importância e marca toda a diferença.
Sim, não somos indiferentes, nem pactuamos com a propagação da indiferença. Indignamo-nos, denunciamos e condenamos a barbárie da guerra, com o seu legado de morte, de sofrimento, de destruição. Somos patriotas e internacionalistas, lutando no nosso País, somos solidários com as lutas dos outros povos, na aspiração e construção comum de um mundo mais justo e melhor.
Camaradas,
O PCP continuará a afirmar a sua firme posição de sempre em defesa da paz e contra o fascismo e a guerra.
O PCP continuará a afirmar a exigência do fim imediato do genocídio na Faixa de Gaza, do fim do sofrimento do povo palestiniano às mãos de Israel, assim como da criação do Estado da Palestina com as fronteiras de 1967 e capital em Jerusalém Leste, e do cumprimento do direito de retorno dos refugiados palestinianos, conforme determinam as resoluções da Organização das Nações Unidas.
O PCP continuará a intervir pela paz no Médio Oriente, pelo fim da escalada de guerra promovida por Israel, pelos EUA e outras potências da NATO e pela União Europeia, contra países e povos na região, como a Síria, o Líbano, o Iémen, o Iraque ou o Irão.
O PCP persiste – e como a realidade reafirma a nossa razão –, na exigência do fim da instigação e prolongamento da guerra na Ucrânia por parte dos EUA, da NATO e da União Europeia e a urgência da abertura de vias de negociação com os demais intervenientes, nomeadamente a Federação Russa, visando uma solução política para o conflito, a resposta aos problemas de segurança colectiva e do desarmamento na Europa, o cumprimento dos princípios da Carta da ONU e da Acta Final de Helsínquia – princípios que a Constituição da República Portuguesa acolheu.
O PCP continuará empenhado na mobilização contra as agressões e as ingerências do imperialismo, contra o militarismo e a corrida armamentista, contra o alargamento da NATO e pela sua dissolução; contra a militarização da União Europeia. Como continuará empenhado na ampliação da mobilização em prol do estabelecimento de um sistema de segurança colectiva, de acordos de desarmamento, da abolição das armas nucleares.
Tal como continuaremos a dar mais força à solidariedade com os povos que resistem ao imperialismo e lutam em defesa dos seus direitos e soberania – como a Palestina, Cuba, a Venezuela bolivariana, o Sara Ocidental, entre muitos outros países e povos.
O PCP prosseguirá a sua intervenção para que Portugal rompa com a subordinação aos EUA, à NATO e à União Europeia, e tenha uma política externa soberana e independente, assente na paz, na amizade e na cooperação com todos os povos do mundo.
Ao contrário de outros, o PCP não se curva perante os fautores da guerra e a pressão exercida pelos seus propagandistas, assumindo uma qualquer posição que o associe às manobras do imperialismo. Na verdade, se tanto nos atacam e procuram estigmatizar e silenciar é porque encontram em nós a efectiva resistência à sua estratégia e intentos intervencionistas e belicistas.
Camaradas,
O imperialismo não tem as mãos livres. Os trabalhadores e os povos resistem e lutam enfrentando a violenta ofensiva exploradora e agressiva, que evidencia um capitalismo em profunda crise, mergulhado em contradições e incapaz de responder aos problemas e anseios da Humanidade.
Resistência e luta que se desenvolvem em diferenciadas condições, adoptando variadas formas e apontando diversificados objectivos imediatos, exigindo por vezes grandes sacrifícios, mas abrindo caminho para tornar possíveis avanços progressistas e revolucionários.
Lutas que adquirem um tanto maior significado e importância, quando a actual conjuntura no plano mundial é ainda de resistência e de acumulação de forças por parte das forças revolucionárias e progressistas.
O PCP continua a dar o seu contributo para o fortalecimento do movimento comunista e revolucionário internacional e para a sua cooperação, solidariedade recíproca e unidade na acção. Do mesmo modo, o PCP empenha-se na convergência de uma ampla frente anti-imperialista que contenha e faça recuar o imperialismo e abra caminho à construção de uma nova ordem internacional de paz, soberania e progresso social.
Solidariedade, cooperação e unidade na acção que, não significando ou exigindo uma total identificação entre as posições das forças que as protagonizam, coloca no primeiro plano a defesa de princípios e objectivos que contribuem para dar força à resistência e à luta dos trabalhadores e dos povos.
A situação no plano internacional exige não o isolamento dos comunistas face a outras forças revolucionárias e progressistas, não divisão entre as forças da paz e anti-imperialistas, mas a sua convergência no sentido do isolamento do inimigo principal.
Grave seria aceitar e pactuar com teorizações e campanhas que procuram equiparar a acção agressiva dos EUA, dos seus aliados da NATO e da União Europeia, à postura de outros países que, afirmando e defendendo a sua soberania, independência e direito ao desenvolvimento, se posicionam no plano internacional no respeito por princípios da Carta das Nações Unidas e apoiam povos e Estados vítimas da desestabilização e agressão do imperialismo.
Aceitar tal equiparação significaria não só branquear os objectivos e sérios perigos da actual investida do imperialismo, como dividir e anular objectivamente parte do campo de forças que se lhe pode opor.
É este caminho que o PCP prosseguirá com inabalável determinação, alicerçado no firme compromisso com os trabalhadores e o povo português, honrando a sua dimensão e percurso de partido patriótico e internacionalista.
Camaradas,
Do nosso XXII Congresso saudamos os comunistas e todos quantos, por todo o mundo, lutam em prol dos direitos, dos interesses e das aspirações povos.
A todos eles expressamos a solidariedade dos comunistas portugueses, assegurando-lhes que o PCP continuará a levantar bem alta a bandeira da paz, da democracia, do socialismo, a bandeira da causa da libertação dos explorados e oprimidos.
Viva a luta pela Paz!
Viva o internacionalismo proletário!
Viva a solidariedade internacionalista!
Viva o Partido Comunista Português!