Intervenção de Ana Virgínia na Assembleia de República

22.ª Conferência das Partes (COP22) da Convenção-Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas

Sr. Presidente,
Sr.as e Srs. Deputados,
Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia,

É necessário tomar medidas urgentes para combater a emissão de gases com efeito de estufa e não podemos limitar-nos a objetivos sem concretização, como os anunciados na Conferência das Partes, nem podemos estar agarrados a soluções que apontam para estratégias dependentes de instrumentos que levam à mercantilização da natureza, mercantilização essa que o PCP rejeita. Destas medidas são exemplo: o mercado de carbono, ineficaz na redução de emissões, sendo que apenas mercantilizou o processo; o esquema europeu de transações, que nada resolveu, sendo que apenas proporcionou aos países mais ricos a possibilidade de se desresponsabilizarem pela sua própria emissão de gases; e o conceito de neutralidade de emissões, apostado nos sumidouros de CO2, arrisca-se também a ser um mecanismo que tem a potencialidade de destruir a floresta autóctone dos países em desenvolvimento por ação de grandes multinacionais. A perspetiva do PCP vai no sentido do investimento em transportes públicos coletivos, vai no sentido do investimento nos meios de proteção da natureza, nomeadamente no reforço dos meios humanos, muito especificamente nos vigilantes da natureza, e também no da defesa das áreas protegidas. Em suma, defendemos o reforço de meios do Estado de forma a colocar a riqueza natural ao serviço do País e do povo sem recurso a mecanismos de mercantilização da natureza. Sr.ª Deputada, qual a perspetiva do Partido Ecologista «Os Verdes» sobre as propostas do PCP?

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