Camaradas
Em primeiro lugar quero, em nome da Direcção da Organização Regional do Algarve, saudar este grande colectivo partidário que, como no passado, não se deixa condicionar perante a forte ofensiva desenvolvida pelo grande capital contra o nosso Partido e que, com grande coragem e determinação, contrariando a vontade do capital e dos seus representantes, aqui está a realizar o seu XXI Congresso.
Camaradas
Há quatro anos, no XX Congresso dissemos que “O Algarve vê-se hoje confrontado com uma situação económica e social resultante de décadas de política de direita, particularmente agravada nos anos do governo do PSD/CDS (...).
Na região o desemprego subiu, a precariedade alastrou, a exploração aumentou, a pobreza cresceu, as condições de vida ficaram piores, aumentou a emigração.”
Passados estes quatro anos, devido às opções do Governo PS e à ofensiva do capital, constatamos que não se alteraram e, em muitos casos, aprofundaram-se aspectos centrais da política de direita que ficaram ainda mais expostos com os impactos da epidemia e todo o aproveitamento que dela tem sido feito pelos grupos económicos e financeiros.
O Algarve, uma das regiões menos afectadas pelo vírus é, simultaneamente aquela onde a crise económica e social mais se faz sentir, com o desemprego a aumentar descontroladamente, com o flagelo da precariedade dos vínculos laborais a atingir mais de metade dos trabalhadores, com o aumento da exploração e a pobreza a alastrar drasticamente.
Razão tinha e tem o PCP ao exigir a ruptura com o modelo assente na mono-actividade do turismo e a adopção de uma política que diversifique a actividade económica, promova e valorize os direitos e salários dos trabalhadores.
Este é o resultado de décadas de política de direita que, apesar da recuperação de direitos e rendimentos alcançada na nova fase da vida política nacional, inseparáveis da luta e da intervenção do nosso Partido, está a conduzir o pais e a região para o abismo económico e social.
O momento exige da nossa parte mais intervenção em todos os sectores da sociedade, mas principalmente nos locais de trabalho, para esclarecer, mobilizar e organizar os trabalhadores para a luta revolucionária.
Essa luta a que o Partido no Algarve está a procurar dar mais força.
Camaradas
No plano orgânico têm-se registado alguns avanços mas também dificuldades que continuamos a tentar superar.
A campanha 5.000 contactos com trabalhadores constituiu uma tarefa e um exemplo do que precisamos fazer para ligar ainda mais o Partido aos locais de trabalho, sendo que fixámos o objectivo da criação de 6 novas células no âmbito do nosso centenário.
Precisamos também de alargar a recolha financeira a partir daquilo que é decisivo: o aumento do valor e do número de membros do Partido a pagar quotas.
No Algarve, demos também o nosso contributo para a realização com êxito da Festa do Avante! e assegurámos as condições para concretizar uma ampla iniciativa política em toda a região.
No plano eleitoral, num contexto muito difícil ficámos a escassas centenas de votos de manter a eleição do deputado à Assembleia da República mas melhorámos a votação para as autarquias nos municípios de Silves, Vila Real de Santo António e Aljezur.
Os próximos anos vão ser exigentes, onde o Partido vai continuar a ser chamado a intervir e a organizar os trabalhadores para a luta pela transformação revolucionária da sociedade e a Organização Regional do Algarve não faltará a essa chamada.
Viva o XXI Congresso!
Vila a luta dos trabalhadores!
Viva o PCP!