A construção da alternativa, patriótica e de esquerda como a defendemos, para a política agrícola e alimentar nacional, tem como condição central o envolvimento dos actores principais: os pequenos e médios agricultores, a agricultura familiar, as comunidades dos baldios, na luta organizada, dirigidos pelas suas organizações de classe, que muito têm lutado.
Sobram razões para a luta aos pequenos e médios agricultores.
Atacados por décadas de políticas de desprezo e abandono, cilindrados pelo rolo compressor das regras da UE, seja na agricultura e na floresta, o problema central continua a ser o escoamento e os preços baixos a produção.
Foram os principais lesados pelos fogos de 2017, mesmo sendo eles também a solução mais ambiental, económica e socialmente mais bem preparada para evitar acontecimentos semelhantes num futuro próximo.
Está acesa, e continua, a luta dos lesados pelas destruições provocadas por Javalis e outros animais selvagens, como o Ibis que agora dizima campos de arroz, ou por intempéries como as tempestades ou as cheias de Dezembro passado no Baixo Mondego.
Também na floresta multifuncional e de uso múltiplo a luta dos pequenos e médios proprietários florestais e dos compartes das terras comunitárias não cessa.
Hoje, ergue-se como bandeira principal de luta a exigência de concretização das medidas do Estatuto da Agricultura Familiar. Menos burocracia, apoios efectivos para quem viu serem eliminadas mais de 400 mil explorações semelhantes, mas persiste em continuar a lançar sementes à terra, são as reivindicações que podem unir milhares de produtores, entre os quais muitas mulheres.
Reivindicações dos camponeses, em inúmeras acções, como concentrações e marchas de tractores, que convergiram na grande Manifestação Nacional de 2018, e mais recentemente, em frente à Assembleia da República, a 16 de Outubro deste ano.
Na luta por uma melhor política agrícola, a que defende e privilegia a Agricultura Familiar, como consagra a Constituição da República Portuguesa, a luta pela Produção Nacional, na melhoria dos rendimentos dos pequenos e médios agricultores, a luta por outra política agro-rural, que garanta o acesso aos serviços públicos, à reposição das freguesias destaca-se a Confederação Nacional da Agricultura que daqui saudamos.
Luta que, para prosseguir com mais vigor, reclama o reforço do Movimento Unitário Camponês, que necessita de um PCP forte e atento às questões do campo, da floresta e da alimentação.
Para a luta organizada dos camponeses e dos rurais tem sido fundamental o papel do PCP, na discussão, na organização e na apresentação de propostas.
Cabe às organizações de base acompanhar este sector e a responder aos problemas dos agricultores, organizá-los como militantes do Partido, como melhor caminho para defender os interesses, direitos, aspirações e anseios dos que trabalham a terra. Contribuir e participar nos movimentos unitários e nas organizações dos agricultores é nossa tarefa.
Os agricultores e produtores florestais e as pessoas do Mundo Rural confiam no PCP. Sabem que são os primeiros a chegar quando há problemas e a responder com soluções que colmatam as suas necessidades.
Podem continuar a contar com o PCP no apoio às suas lutas, por uma Política Agrícola que garantia a nossa Soberania Alimentar e pelo bem-estar do Mundo Rural, em benefício dos próprios e de toda a população.
Viva a luta dos pequenos e médios agricultores e da agricultura familiar
Viva o XXI Congresso
Viva o PCP