Camaradas,
Desde cedo, aprendemos na escola uma certa definição de democracia. No entanto, mesmo essa democracia é posta em causa com o impedimento da realização de Reuniões Gerais de Alunos, ou de processos eleitorais, que hoje é norma, quando os estudantes são ameaçados, chamados à direcção ou suspensos, por terem a coragem de não ficar calados, ou com o impedimento da participação dos estudantes nos organismos de gestão ou nas ingerências da direcção nas decisões tomadas pelos estudantes.
Vemo-la ser posta em causa nas tentativas de proibição da realização de abaixo-assinados e concentrações, da colocação propaganda, tendo muitas vezes como consequência a identificação pela polícia ou a aplicação de processos disciplinares. O ataque à democracia marca as salas de aula, onde a ofensiva ideológica, o anti-comunismo e a mentira se mascaram nos conteúdos dos manuais.
Recentemente, numa universidade, a reitoria e a direcção da Associação de Estudantes, utilizando o surto epidémico, insistiram na realização do processo eleitoral antes dos estudantes chegarem à universidade, colocando entraves à apresentação de listas, negando o direito ao voto aos novos estudantes e limitando a campanha eleitoral, nomeadamente com a tentativa de proibição da afixação de faixas e distribuição de documentos.
Camaradas, esta é uma realidade vivida pela juventude e podia ser ainda mais acentuada. Só que lá também estão os comunistas. Estivemos e estamos lá para mostrar que a democracia tem de ser mais do que uma definição que lemos no quadro numa aula; que a democracia, para o ser verdadeiramente, tem de ser todos os dias, em diferentes domínios da vida: cada vez que os estudantes realizam uma RGA, mesmo contra tentativas de impedimento; a cada oportunidade para discutir os problemas e como os resolver; sempre que lutamos por processos eleitorais democráticos nas Associações de Estudantes; quando questionamos uma ideia anti-comunista; cada vez que dizemos não, quando nos tentam impedir de distribuir documentos; quando estamos lá para dizer que a democracia nunca é impossível, é sempre necessária, como o dizemos agora no nosso congresso.
Apesar de termos nascido depois da revolução de Abril, não esquecemos a importância da liberdade e dos direitos democráticos que com ela o povo e a juventude conquistaram. Com a luta aprendemos que a democracia deve ser, em todas as suas vertentes, um direito. E eles que não se iludam, porque não deixaremos de a defender e de lutar por ela.
Viva o PCP!