Endereço ao XX Congresso, aos delegados e convidados, uma fraterna saudação dos camaradas do distrito de Braga e dos amigos que connosco percorrem os caminhos da luta por um Portugal democrático, soberano e desenvolvido.
Camaradas,
Como afirmamos nas Teses, o «sistemático silenciamento, discriminação, deturpação e mesmo caricatura do Partido e da sua actividade» leva a que muito do que se faz nas nossas terras não tenha qualquer reflexo público.
Mas a luta foi intensa!
Da classe operária e dos trabalhadores, motores de toda a luta de massas.
Do sector têxtil, em defesa dos direitos que a Associação patronal quer roubar, com acções vitoriosas em diversas empresas em defesa do Feriado de Carnaval e da grande manifestação do passado 6 de Maio.
Da Administração Local em defesa das 35 horas, designadamente os trabalhadores da Câmara de Braga.
Dos trabalhadores da Bosch, em defesa do caderno reivindicativo com greves, plenários e acções de rua.
Mas também das populações, e de outras camadas:
Dos moradores dos bairros sociais, contra os aumentos das rendas e pela recuperação das habitações;
Contra a diminuição ou encerramento de serviços públicos, seja no hospital, no centro de saúde, no posto dos CTT ou na escola;
Dos reformados e pensionistas pelo aumento do valor da pensão ou reforma, por condições de vida dignas;
Dos agricultores, em defesa da agricultura familiar e dos baldios, em Março de 2015 e da produção leiteira, em Março de 2016;
Dos estudantes do ensino superior contra o aumento do preço da senha da cantina na UM, com papel destacado da JCP.
Entre tantos exemplos.
Lutas, que derrotaram o governo PSD\CDS e a sua política de direita. Luta que há-de impor a viragem de rumo, por uma política patriótica e de esquerda!
Para alcançar resultados, como as teses referem, é necessário lutar. Cabe-nos a nós captar, organizar e potenciar a disponibilidade popular. Várias vezes fomos surpreendidos com pequenas acções que rapidamente ganhavam a participação de centenas de pessoas, como é o caso da luta em defesa de serviços de saúde de Caldelas em Amares ou em Vizela.
Camaradas,
No distrito continuam a ter grande importância os sectores tradicionais, como o têxtil e calçado onde o partido tem organização e intervenção.
O tecido industrial é dominado pelas PME's, caracterizadas por uma enorme dispersão e precariedade, a par de grandes unidades industriais, onde temos dado passos, ainda que insuficientes, na organização das células de empresa, como é o caso da Continental\Mabor em Famalicão, o complexo Grundig em Braga, ou a Alfa em Guimarães.
Camaradas,
A realidade no distrito aponta avanços na nossa actividade, mas continuamos a verificar lacunas para as quais a Resolução Política que iremos aprovar aponta o caminho.
Sim, precisamos de reforçar a organização, recrutando mais gente para o Partido, enquadrando-os e atribuindo-lhes tarefas.
Sim, precisamos de células de empresa e de sectores mais activos e organizados, capazes de iniciativa própria.
Sim, precisamos de melhorar a nossa capacidade de intervenção nos órgãos onde temos eleitos, na defesa dos problemas concretos da população com o seu envolvimento.
Sim, precisamos de aumentar a capacidade de divulgação das nossas iniciativas e propostas.
E, sim, camaradas, é possível um Partido mais forte também no distrito de Braga. É exemplo disso a decisão de adquirir um novo CT de Braga, sede da Direcção Regional, cujo momento de inauguração, pela sua dimensão e alcance, constituiu um momento alto da luta e afirmação que nos dá uma imensa confiança.
Camaradas e amigos,
Estas foram questões abordadas nas reuniões preparatórias do Congresso, que envolveram cerca de quatro centenas e meia de militantes e onde se registou um generalizado acordo com as teses em debate.
E é por isso com confiança e optimismo que olhamos para o futuro.
Há dificuldades, debilidades, mas há também militantes e quadros, com maior ou menor experiência, que não se resignam e que estão junto dos trabalhadores e do povo colocando a imperiosa necessidade de Democracia e Socialismo.
Viva o XX Congresso
Viva o PCP