Camaradas, a Organização do Partido nas empresas e locais de trabalho é de vital importância para o presente e o futuro. Um Partido da classe operária e de todos os trabalhadores como o nosso precisa de ter uma base solidamente implantada nas empresas e locais de trabalho.
A Resolução Política do Congresso destaca no seu Capitulo 3, acerca da arrumação das forças de classe na sociedade portuguesa, que nos últimos anos o conjunto da classe operária e das camadas intermédias assalariadas aumentou de 75 para 80% e que actualmente cerca de um em cada dois assalariados é operário. Esta realidade confirma da justeza de o Partido ter realizado em Outubro de 2002 o Encontro Nacional e lançado uma vasta acção para alterar o reduzido nível de organização partidária nas empresas e locais de trabalho e reforçar a organização e intervenção do Partido junto da classe operária e dos trabalhadores em geral.
Esta acção que temos que continuar e reforçar, envolveu a realização de campanhas nacionais, regionais e sectoriais e outras formas de contacto com os trabalhadores a que associámos medidas organizativas, acção reivindicativa, propaganda e intervenção política, (foi disto exemplo a campanha de 100 mil assinaturas por melhores salários e qualidade de vida em que foram recolhidas mais de 191 mil assinaturas, o maior abaixo assinado de sempre) e tem como objectivo central construir e reforçar a organização e intervenção partidária nas empresas e locais de trabalho, criar novas células, fortalecer as existentes e assegurar a presença do Partido em algumas empresas nem que seja apenas com um militante.
Camaradas, isto significa que o Partido assume o objectivo de ter uma estrutura de organizações de base de maior ou menor dimensão em todas as empresas, locais de trabalho ou zonas industriais, que garantam o trabalho organizado do Partido.
Trata-se pelo seu objectivo estratégico em toda a actividade do Partido de uma estrutura de organização de base para o trabalho com os respectivos trabalhadores e para o trabalho geral do Partido e não de uma frente de trabalho.
Este reforço efectivo da organização do Partido terá que passar da teoria à prática o que exige no imediato a avaliação dos passos dados e a adopção de medidas urgentes e concretas.
Dar continuidade ao levantamento e actualização das empresas e locais de trabalho com mais de mil trabalhadores e/ou de importância estratégica, reforçar a atenção aos problemas e à luta dos trabalhadores e à tomada de posição sobre essas situações e sua divulgação junto dos trabalhadores, intensificar o recrutamento de novos militantes através do levantamento de nomes de trabalhadores ainda não membros do Partido, nomeadamente membros das organizações representativas dos trabalhadores que se destacam na sua actividade, mulheres e jovens articulando este trabalho com a JCP, continua a ser uma tarefa fundamental para o presente e o futuro do nosso Partido.
É assim que podemos entender a importância e o alcance das orientações fundamentais para o reforço do Partido consubstanciadas no Projecto de Resolução Política no seu capitulo IV onde se afirma: reforçar a acção junto da classe operária e dos trabalhadores, levando á prática as conclusões do Encontro Nacional realizado em Outubro de 2002, designadamente a responsabilização de mais quadros pelo trabalho junto dos trabalhadores, nomeadamente funcionários do Partido; o desenvolvimento do trabalho organizado nas empresas prioritárias, em particular com mais de mil trabalhadores e/ou importância estratégica; o alargamento e criação de sectores profissionais ou de empresa como forma de estruturação das organizações regionais e concelhias, privilegiando a organização a partir do local da trabalho e elevando significativamente de número de membros do Partido organizados nesta base.
Camaradas, muitas e importantes batalhas se aproximam para os dois próximos anos que vão exigir a mobilização e envolvimento de todo o Partido; é a intensificação da luta de massas factor determinante no combate á política de direita e elemento insubstituível na defesa dos direitos dos trabalhadores, é o referendo sobre a dita “constituição europeia” são as eleições autárquicas, presidenciais e legislativas. Mas camaradas, também nestes largos períodos de campanhas eleitorais não podemos esquecer que a organização do Partido e particularmente junto dos trabalhadores é o instrumento fundamental para consolidar e ampliar a nossa influência social, política e eleitoral.
A experiência tem demonstrado que para o trabalho de organização não há momentos propícios ou ideais, nem progressos fáceis, mas que, com persistência e determinação aproveitando e gerindo bem todas as nossas forças, capacidades e energias, é possível iniciar o trabalho organizado, criar células de empresa onde não existem, alargar o recrutamento, fortalecer as células existentes, assegurar a intervenção, garantir que o Partido cumpra o seu papel, alicerçado em valores, causas e ideais prosseguindo o objectivo de transformação social inscrito no nosso programa, por uma democracia avançada no limiar do século XXI.
Viva o XVII Congresso! Viva o PCP!