Na última iniciativa da campanha para as eleições legislativas – onde serão eleitos 230 deputados à Assembleia da República e não um primeiro-ministro – Jerónimo de Sousa apelou ao voto na CDU, única forma de criar condições para decidir outro caminho para o País, rompendo com 39 anos de política de direita que conduziu o País ao desastre. No próximo domingo, 4 de Outubro, chegou o momento para dar «Soluções para um Portugal com futuro».
No Seixal, no Largo da Igreja, que nunca esteve tão cheio, depois de duas gigantescas arruadas, no Barreiro e em Lisboa, e de um jantar em Odivelas, iniciativas que superaram todas as expectativas, assim todas as outras que se tem desenvolvido, estiveram novamente muitas centenas de pessoas, exigindo uma vida melhor, num País desenvolvido, solidário e mais justo.
Ali estiveram homens e mulheres, muitos jovens, que – pelos seus próprios meios, sem serem encaminhados para algo que desconhecem – querem ajudar a construir o futuro e a realizarem os seus projectos de vida, com emprego com direitos, níveis salariais que não condenem os trabalhadores a empobrecer trabalhando, pensões e reformas dignas, e direito ao acesso à saúde, à educação, protecção social e à cultura.
O momento contou com a actuação dos Tocá Rufar, banda de precursão, que fez vibrar os seus bombos pelas ruas da Vila, trazendo ainda mais gente para o recinto, e do duo Carla Russo e Nuno Correia, que nos trouxeram magia e esperança. «Menina estás à janela», «Lisboa menina e moça», «Maravilhoso coração», «Índios da meia praia» e «Venham mais cinco» foram alguns dos temas interpretados que fizeram cantar um imenso coro.
Gente séria
No palco, chamados por Alfredo Monteiro, mandatário distrital, estiveram todos os candidatos da CDU por aquele distrito, assim como Bruno Santos e António Cardoso, dos organismos executivos da Comissão Concelhia do PCP, Mariana Monteiro e Priscila Calmeirão, da Juventude CDU, João Geraldes, da Comissão Directiva da Associação Intervenção Democrática (ID), João Martins, da Comissão Executiva do Conselho Nacional do Partido Ecologista «Os Verdes» (PEV), Joaquim Santos, da Comissão Concelhia e presidente da Câmara do Seixal, Vasco Paleta, do executivo da Direcção da Organização Regional de Setúbal do PCP, e José Capucho, do Secretariado do Comité Central do PCP.
Mas também João Corregedor da Fonseca, presidente da Comissão Directiva da ID, Heloisa Apolónia, da Comissão Executiva do Conselho Nacional do PEV e deputada, e Francisco Lopes, dos organismos executivos do Comité Central do PCP, deputado e cabeça de lista da CDU pelo círculo eleitoral de Setúbal.
Voto que conta
O período das intervenções políticas foi iniciado com uma intervenção de saudação ao comício, feita por Joaquim Santos, que destacou a necessidade da construção do Hospital do Seixal, que não consta dos programas eleitorais do PSD/CDS e do PS, mas que a CDU defende e exige desde sempre.
Seguiram-se depois Paulo Costa, candidato e da Juventude CDU, João Corregedor da Fonseca, Heloísa Apolónia, Francisco Lopes e Jerónimo de Sousa. Todos foram saudados de pé, por entre aplausos, com um forte e repetido: «A CDU avança com toda a confiança».
Os candidatos salientaram que o voto na Coligação PCP-PEV dará mais força para defender o emprego, os salários, os direitos dos trabalhadores, as reformas, as pensões, os serviços públicos. No entanto, haja o que houver os portugueses contarão sempre, na Assembleia da República e nas lutas, com os eleitos da CDU. «Só temos um compromisso, com o povo», salientou João Corregedor da Fonseca, lembrando que «mais um voto é importante para a CDU». Heloisa Apolónia fez um relato do que encontrou um pouco por todo o País, nos diversos contactos que realizou, tendo avançado com alguns dados do pós-troika: «2,7 milhões de pobres, mais de meio milhão de imigrantes, 600 mil crianças perderam o abono de família, 1,2 milhões de desempregados em termos reais, mais de 600 mil perderam o complemento solidário para idosos». «Fabricou-se pobreza neste País», denunciou.
Francisco Lopes, por seu lado, salientou que a campanha da CDU «centrou-se nas soluções para o País, para uma vida melhor, para um Portugal com futuro». «Nesta campanha evidenciaram-se as enormes potencialidades do distrito de Setúbal e do País para criar condições para uma vida melhor, para uma perspectiva de trabalho. Haja um caminho para uma política patriótica e de esquerda e ai estão todos os recursos e possibilidades para abrir esse caminho de futuro», afirmou.
O Secretário-Geral do PCP, num último apelo antes das eleições de 4 de Outubro, anteviu uma grade derrota do Governo e, por outro lado, um grande resultado da Coligação PCP-PEV, com mais votos e mais deputados. «Estamos na recta final desta campanha, que confirma uma CDU a crescer, mas que pode crescer ainda mais», de forma a «termos mais força e mais deputados», destacou, acrescentando: «Cada voto na CDU é a garantia de impedir maiorias absolutas, seja do PSD e do CDS, seja do PS. O povo português conhece bem o que são maiorias absolutas. Vai certamente dizer que não quer que alguém fique de mãos livres para fazer a política de direita que tem sido realizada.»
O comício terminou ao som de «Venceremos» e da «Portuguesa». Momentos arrepiantes.