Edgar Silva encerrou a sua campanha eleitoral a norte, num vibrante comício em Guimarães no qual participou também o Secretário-Geral do PCP, Jerónimo de Sousa. Efusivamente recebido pelas centenas de apoiantes que transbordaram o auditório do pólo universitário, o candidato voltou a destacar o trabalho colectivo que levou os valores e causas da sua candidatura aos quatro cantos do País e à diáspora; a candidatura à Presidência da República, afirmou, pode ser assumida por si, mas ela representa um colectivo combatente e corporiza as lutas e aspirações de todo um povo «que luta e resiste».
Tal como fez desde que apresentou a sua candidatura, Edgar Silva insistiu uma vez mais naquela que é, a seu ver, a questão decisiva em jogo nestas eleições: a necessidade de assegurar na Presidência da República a afirmação dos valores de Abril e a defesa da Constituição, no que ela tem de mais avançado e progressista. Assim, e por mais que todos os candidatos manifestem o seu apego à Constituição e que o Presidente da República, qualquer que ele seja, seja obrigado a jurar defendê-la, cumpri-la e fazê-la cumprir, só Edgar Silva pode verdadeiramente afirmá-lo – o seu percurso (e das forças que o apoiam) em defesa dos explorados e dos excluídos e o seu combate sem tréguas contra as desigualdades, as injustiças, a corrupção e a submissão do País aos ditames e interesses dos poderosos testemunham-no. Que outros candidatos poderão dizer o mesmo?
Como ficou evidente no comício, na campanha eleitoral e na acção política de Edgar Silva e dos que o apoiam, é a candidatura de Edgar Silva a que mais garantias dá de afirmar os interesses nacionais contra os desígnios dos «mercados», de defender os direitos dos trabalhadores e do povo face à exploração dos poderosos, de afirmar a democracia política, económica, social e cultural perante tentações de enfraquecer e descaracterizar o projecto inscrito na Constituição de Abril. Se a defesa e afirmação dos valores de Abril sempre foram objectivos centrais da candidatura de Edgar Silva, elas ganharam uma importância acrescida após as eleições legislativas de 4 de Outubro, que ditaram a derrota de PSD e CDS e a interrupção da sua política: votar em Edgar Silva é a opção mais consequente e combativa para impedir que estes dois partidos elejam o seu candidato, Marcelo Rebelo de Sousa, para, a partir dele, procurarem recuperar da derrota sofrida e prosseguir o rumo de exploração, empobrecimento e submissão que o povo derrotou com a sua luta e o seu voto.
Determinados em trocar as voltas às sondagens e aos fazedores de opinião, o candidato e o Secretário-Geral do PCP apelaram à mobilização dos activistas para que conquistem, até domingo, tantos votos quantos for possível. Se até agora foi já possível deitar por terra inevitabilidades e vencedores antecipadas, quanto não será ainda possível fazer até domingo, até à hora do voto? O futuro não está escrito, lembrou uma e outra vez; ele é determinado pela força do povo – no dia 24 e muito para lá dele, no combate que continua por um Portugal justo, desenvolvido e soberano.