No âmbito do Roteiro da Produção Nacional uma delegação do PCP, encabeçada por Jerónimo de Sousa, visitou hoje as oficinas da CP em Guifões, Matosinhos.
Na visita foi possível verificar e valorizar a reintegração da EMEF na CP, alguma contratação de novos trabalhadores, e o evidente aumento da capacidade de manutenção, recuperação e modernização do material circulante, designadamente o que estava encostado há dezenas de anos e o recentemente adquirido para reutilização.
O reforço destas capacidades, há muito defendidas pelo PCP, tem permitido corresponder a necessidades das populações com o aumento de oferta e a criação de novos serviços em vários itinerários da rede ferroviária nacional.
A exemplo dos resultados atingidos nas oficinas de Guifões é preciso estender às restantes instalações oficinais da CP esta aposta na produção nacional, perspectivando novas etapas como a manutenção do novo material circulante em processo de aquisição.
O PCP apresentou recentemente uma iniciativa na Assembleia da República para que se considerasse um investimento na produção de comboios a longo prazo. Cerca de 3.000 milhões de euros a investir até 2035 apostando em construir em Portugal aquilo que de outra forma o País terá de comprar lá fora.
Nesse sentido, há que criar condições para que as oficinas de Guifões, do Entroncamento e do Barreiro e as instalações da Amadora possam assumir um papel central, a par de outras unidades produtivas, técnicas e científicas nacionais, na possibilidade do País voltar a contar com uma empresa pública dedicada à produção de composições ferroviárias, para o que é necessário, em primeiro lugar, vontade política real.
Portugal, se não produzir cá dentro, terá que comprar nos próximos anos centenas de comboios ao estrangeiro. É preciso que os concurso públicos contenham a exigência de incorporação nacional.
O PCP sai da visita ainda mais convicto de que o País tem condições para produzir comboios, assim haja vontade política.