Intervenção de João Ferreira no Parlamento Europeu

Viabilidade da introdução de obrigações de estabilidade

As obrigações de estabilidade que aqui discutimos - a variante para agradar à Sra. Merkel do que em tempos se chamou eurobonds - têm objectivos e consequências claras.

Longe de qualquer visão de partilha solidária do peso da dívida, longe de qualquer contributo para o crescimento económico e a criação de emprego, estamos sim perante um passo mais para a eternização das políticas ditas de austeridade, na transferência de soberania para as grandes potências, na centralização de poder político e económico no seio da UE e na chantagem permanente que lhe está associada.

Há anos atrás, no quadro da discussão duma profunda alteração das políticas económicas vigentes, a mutualização da dívida poderia ter servido de “amortecedor” ao choque especulativo que atingiu as economias mais débeis.

Neste momento, o que é necessário é a inversão do caminho percorrido e a definitiva rejeição da Governação Económica, do Tratado Orçamental, do Pacto para o Euro mais.

O que é necessário é atacar as causas estruturais da dívida e da divergência no seio da UE e da Zona Euro. E isso ainda não foi feito nem é feito nesta proposta.

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