Sob o pretexto da luta contra a desinformação e as notícias falsas, vai-se fazendo o caminho na limitação da liberdade de expressão e na promoção da censura, determinando que canal de informação devemos seguir ou que plataforma digital devemos usar e essa plataforma decide o que é legal ou não.
Preocupa-nos que a chamada luta contra a desinformação se esteja a tornar numa manipulação da informação, com o silenciamento de determinadas opiniões e acontecimentos considerados incómodos ou inconvenientes; a focagem do secundário em detrimento do essencial; a descontextualização dos factos noticiados, retirando-lhes o verdadeiro significado ou emprestando-lhe mesmo um significado diferente; a apresentação de previsões e «cenários» ou a realização de «sondagens» manipuladas com o objectivo de condicionar decisões ou atitudes relativamente a acontecimentos futuros; a fabricação de factos (nomeadamente políticos) destinados a criar uma falsa realidade, que depois é apresentada, citada ou comentada como a verdadeira realidade.
Tudo sem qualquer efeito real no combate à disseminação de notícias falsas, muito “independente” e fora do controlo democrático, mas bem subordinado ao poder do grande capital.