A discussão sobre as utilizações permitidas de obras orfãs deve ter como princípio orientador o princípio do acesso à cultura e às artes como direitos dos cidadãos e instrumentos importantes para o desenvolvimento, a dinamização cultural e também social e económica. A utilização de obras orfãs, sem fins comerciais mas com o objectivo de divulgação política, poderia assim constituir uma mais-valia económica e social para toda a sociedade. No entanto, o que tememos é que objectivo deste reconhecimento seja o da promoção da difusão das obras no quadro do aprofundamento do mercado único e da competitividade entre empresas, criando a monopolização da comercialização destas obras, criando um negócio lucrativo para as grandes empresas de divulgação digital.