Intervenção de Paulo Raimundo, Secretário-Geral, Desfile «Aumentar salários e pensões, para uma vida melhor»

É urgente dar mais força à CDU e abrir caminho à política dos salários, das pensões, do SNS e dos serviços públicos, dos direitos dos pais e das crianças e do acesso à habitação

Grande jornada, grande desfile, grande acção pela vida melhor a que os trabalhadores, o povo e a juventude têm direito.

Uma saudação a todos os que aqui estão e a todos os que por esse País, militantes do Partido e da JCP mas também muitos amigos, têm desenvolvido a acção nacional “aumentar salários e pensões, para uma vida melhor”.

Uma iniciativa que aqui, hoje ,estamos a dar continuidade, uma jornada de contacto, de esclarecimento e de mobilização.

Mas também uma acção de esperança no caminho que se impõe e que responda às reais preocupações da maioria, acesso à habitação, à saúde, à creche e aos direitos dos pais e das crianças, travar o custo de vida que não pára de crescer, o aumento significativo das pensões e dos salários.

E é por estar ligado à realidade da vida, que esta acção tem uma enorme adesão e conta já com mais de 100 mil assinaturas, mais de 100 mil pessoas que subscreveram o nosso abaixo-assinado.

Saudamos todos os que assinaram, mas também os milhares e milhares com quem até agora falámos.

E aqui fica a garantia de um Partido que honra os seus compromissos, a vossa assinatura, o vosso tempo valeu e vale a pena.

Este trabalho vai continuar até às eleições e depois das eleições e as assinaturas serão oportunamente entregues, servem e servirão como exigência de resposta à vida melhor a que têm direito.

O País e a vida não aguentam salários que não chegam ao final do mês, o custo de vida que não pára de aumentar, a habitação que se torna em muitos casos impossível de alcançar, com rendas e prestações insuportáveis, as crescentes dificuldades de acesso a cuidados de saúde, a degradação do SNS e do conjunto dos serviços públicos, a precariedade laboral a determinar a precariedade da vida, a pobreza desde logo das crianças. 

O País não suporta a submissão do poder político ao poder económico, com a promiscuidade e a corrupção que lhe está aliada.

O País não pode estar nas mãos dos interesses económicos e das multinacionais, não pode continuar submisso às imposições externas, Portugal é um País soberano, não é nenhuma província ou instrumento da União Europeia, dos EUA ou da NATO. 

Esta política, independentemente de quem a realize, não serve ao País e é urgente ser travada pelo que já concretizou e pelo que ambiciona, com o assalto à Segurança Social, alterações à legislação laboral para mais precariedade, mais horas e mais anos de trabalho, mais privatizações, destruição do SNS, corrida aos armamentos e à guerra.

É necessário avançar, é possível avançar, é urgente dar mais força à CDU e abrir caminho à política dos salários, das pensões, do SNS e dos serviços públicos, dos direitos dos pais e das crianças e do acesso à habitação.

É possível avançar, é preciso avançar e dar mais força à força dos trabalhadores, à força unitária e popular, dar mais força à força da esperança, à CDU.

À medida que se aproximam as eleições vai surgindo o mesmo de sempre, propaganda, promessas, demagogia, proclamações, hipocrisia e reaccionarismo, mas também os silenciamentos selectivos, as deturpações e manipulações.

Mas no fim do dia, passada a propaganda e as ilusões, o que determinará como hoje determina é qual é o reforço da CDU e quantos deputados ao serviço do povo, dos trabalhadores e da juventude é que se confrontarão com os deputados ao serviço dos interesses dos grupos económicos.

O que determinará tal como hoje determina é saber com quem se conta na hora de decidir. 

E os trabalhadores, a juventude, os que trabalharam uma vida inteira, as mulheres, os que cá vivem e trabalham, sabem, até mesmo os que discordam desta ou daquela matéria, sabem que contam e só contam, com o PCP e a CDU.

A força que não vacila, a força que não hesita.

Entre o aumento geral e significativo de todos os salários, e a apropriação da riqueza criada por parte de um punhado de grupos económicos escolhemos os trabalhadores.

Entre o significativo aumento das pensões e os benefícios fiscais, escolhemos os reformados e pensionistas.

Entre reduzir o IVA na energia, na electricidade, nas telecomunicações, e a diminuição do IRC para as grandes empresas, escolhemos a esmagadora maioria das famílias e as micro, pequenas e médias empresas.

Entre o Serviço Nacional de Saúde e os grupos económicos que fazem da doença negócio, escolhemos os utentes, os mais idosos, as crianças, escolhemos a prevenção da doença, escolhemos o SNS. 

Entre a habitação, a banca e os fundos imobiliários escolhemos casas que as pessoas consigam pagar e arrendar.

Entre mais meios, recursos e dinheiro para a guerra, escolhemos a Paz, as crianças e as creches, os idosos e os lares, a educação e os serviços públicos.

Entre os interesses da maioria e os privilégios dos que se acham donos disto tudo, escolhemos a soberania do País, a defesa dos seus interesses e os trabalhadores, o povo e a juventude no centro da acção política. 

A acção nacional “aumentar salários e pensões, para uma vida melhor” é um importante movimento de exigência e de força.

Um movimento que é para continuar e vai continuar, que se expressa aqui hoje, mas cujas exigências estarão presentes nas acções de luta em preparação, desde logo na próxima sexta-feira na manifestação da juventude trabalhadora, da mesma forma que estará no dia 5 de Abril na acção nacional convocada pela CGTP-IN, estará nas comemorações populares do 25 de Abril e de forma estruturante na grande jornada de luta do 1.º Maio.

Uma luta que aí está até às eleições, nas eleições e para lá das eleições.  

Com a força dos trabalhadores, com a sabedoria do nosso povo, com a criatividade e a audácia da juventude vamos abrir caminho à vida melhor a que temos direito.

Que todos os que justamente ambicionam essa vida justa, essa vida melhor, saibam que contam com a coragem e a determinação de um PCP que aqui está para denunciar e propor, resistir e dar esperança.

E nestes momentos complexos que vivemos onde uns procuram dar um golpe nos direitos dos trabalhadores e arrumar com as conquistas de Abril, aqui está esta força de combate de facto às forças reaccionárias e concepções fascizantes, aqui está a força com quem contam todos os democratas e patriotas.

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