Aí estivemos perante mais uma COP em que a expectativa de “elevadas ambições” ficou muito aquém dos compromissos e metas alcançados.
Esta foi mais uma COP de contrastes.
Entre os países mais desenvolvidos e os países em desenvolvimento e as contradições entre os interesses de algumas poderosas transnacionais e os interesses dos povos e dos respetivos Estados, tendo em vista o seu desenvolvimento soberano.
A constituição de um fundo de Perdas e Danos, à semelhança de outros instrumentos que exigem a mobilização de substantivos apoios aos países em desenvolvimento, arrancou com reduzida angariação de meios. Importa que no que falta definir, não se traduza num instrumento de empréstimos que adicione dívida aos países.
A solução para os problemas ambientais não pode ser encontrada sem considerar simultaneamente as dimensões económicas e sociais, sob pena de se poderem mitigar os impactos das alterações climáticas à custa de ainda maiores desigualdades entre os povos e Estados.
Tal exige a ruptura com as políticas que nos trouxeram aqui:
- recuperar o controlo público de sectores estratégicos, como a energia;
- promover a produção e consumos locais, reduzir circuitos de produção-consumo;
- defender o direito à soberania alimentar;
- garantir o controlo público da água;
- rejeitar a mercantilização da natureza;
- adoptar uma abordagem normativa à redução das emissões:
- promover o transporte público colectivo;
- defender a Paz!