Intervenção de Margarida Botelho, membro da Comissão Política do Comité Central, Encontro Nacional do PCP «Não ao declínio nacional. Soluções para o País»

Um Partido forte, coeso, determinado, convicto do seu ideal e do projecto que propõe ao povo português

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A partir de Março as exigências que estão colocadas às organizações e aos militantes do Partido aumentam muito: a luta vai intensificar-se e exigir o reforço das organizações de massas, a intervenção política do Partido será mais intensa e complexa, vamos travar a batalha das eleições legislativas como uma grande campanha política de massas e de mobilização para o voto.

Só um Partido forte, coeso, determinado, convicto do seu ideal e do projecto que propõe ao povo português pode intensificar a resposta à multiplicidade de desafios que se nos apresentam. E isso só se faz com mais militância e mais organização.

A luta, a campanha eleitoral e o reforço do Partido não são direcções de trabalho que se prejudicam umas às outras. Não fazemos uma de cada vez: agora a luta, depois as eleições, mais tarde o reforço do Partido.

O reforço da organização é indispensável para enfrentar a situação social e política dos próximos meses. É uma batalha para ganhar agora, para o Partido ser capaz de cumprir o seu papel sejam quais forem as condições que a vida, a luta e os nossos adversários nos imponham.

Mas o contrário também é verdade: a luta, a campanha eleitoral, a discussão política e ideológica que necessariamente vai envolver muito mais gente nos próximos meses, abrem possibilidades de reforço do Partido, em particular no que diz respeito ao recrutamento e à campanha de fundos.

A experiência diz-nos, no entanto, que não vamos lá com boas intenções, nem com apelos, nem sequer com muito boa vontade. Só reforçamos o Partido traçando objectivos, planificando, fazendo controlo de execução regular. Nesta fase, essa é uma componente essencial das tarefas dos dirigentes do Partido, a todos os níveis.

A campanha nacional de recrutamento, a acção de contacto com os membros do Partido e a campanha nacional de fundos são chaves para a maior parte das dificuldades que enfrentamos no dia a dia.

Sempre que discutimos o recrutamento, concluímos que as condições são boas. Que cresce o número dos que ouvem e respeitam o nosso Partido. Os 1700 novos recrutamentos já concretizados, para a meta de 2 mil novos militantes até final de Abril, provam que está ao nosso alcance cumprir plenamente esta tarefa. Para isso precisamos que nos próximos dois meses a tarefa do recrutamento seja mais campanha e menos esperar que nos procurem. Precisamos de concretizar os convites para aderir ao Partido a milhares de pessoas. Dizemos milhares sem receio: entre as listagens para recrutar das organizações que as fizeram, as listas de apoiantes das últimas eleições, as listas de candidatos às autárquicas, os mais destacados dos órgãos representativos dos trabalhadores, das comissões de utentes, das colectividades, das associações de estudantes, são milhares os portugueses que devem ser postos perante a questão: este é o teu Partido, que precisa de ti e do teu contributo, agora. Em muitos casos, só o recrutamento pode garantir que passamos a ter organização em determinada empresa, ou que conseguimos cumprir esta ou aquela tarefa. Recrutar e integrar é decisivo para o presente e o futuro do Partido.

O próximo mês será decisivo para a acção de contacto com os membros do Partido. O objectivo que está colocado é terminá-la até final de Março. Claro que o ponto de situação hoje varia muito entre organizações. Mas esta é uma acção que converge naturalmente com os objectivos de intervenção que temos para os próximos meses. Reactivar contactos, restabelecer ligações, recuperar disponibilidades, esclarecer dúvidas, conhecer problemas, é decisivo para dar mais força à luta e à intervenção do Partido. Casos há em que o contacto é determinante na mobilização para o voto, para esclarecer como se vota na CDU, onde é a assembleia de voto, ou recensear necessidades de apoio no dia das eleições.

No Congresso do Partido, dissemos que “o financiamento do PCP a partir dos seus meios próprios é um elemento essencial para garantir a sua independência política, orgânica e ideológica”. A Campanha nacional de Fundos “Mais Espaço, mais Festa, futuro com Abril” é o instrumento que temos agora para a concretização desta orientação, para assegurar os recursos necessários para enfrentar as batalhas dos próximos meses.

A campanha de recrutamento, a acção de contacto e a campanha de fundos são três ferramentas indispensáveis para o reforço do Partido. Permitem aumentar a capacidade de direcção e a estruturação, reforçar as organizações de base, contribuem para o reforço do trabalho colectivo, abrem possibilidades novas em aspectos como a propaganda, a imprensa, a ligação às massas, a recolha financeira ou o trabalho político unitário.

São decisivas para o reforço da organização e da intervenção nas empresas e nos locais de trabalho. Quer seja recrutando, quer seja descobrindo que aquele camarada com que já não contactávamos há muito tempo afinal trabalha naquela empresa que até é das mais prioritárias, as possibilidades de encontrarmos forças novas para reforçar o Partido no seio da classe operária e dos trabalhadores são reais. Temos é de as agarrar com todas as nossas forças.

Além de tudo o que está dito, o reforço da organização do Partido também nos cria melhores condições para esta grande batalha política das próximas eleições legislativas.

Vamos pois ao trabalho.

Viva o PCP!

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