É inadmissível que, neste momento de grave crise na zona euro devido às políticas neoliberais e à falta de solidariedade e de coesão económica e social, não se preconize uma ruptura e uma mudança nas políticas da União Europeia e nos seus recursos financeiros.
Quando se vive uma crise económica e social um dos maiores desafios que se coloca é encontrar um novo quadro financeiro plurianual, em que haja um aumento significativo do orçamento comunitário para apoio da coesão económica e social, acompanhado da diminuição da obrigatoriedade da comparticipação nacional, reduzindo-a, no máximo, a 10% do projecto apresentado, sobretudo nos países com maiores dificuldades financeiras, que aposte no investimento em serviços públicos, no apoio à produção, na criação de emprego com direitos, na erradicação da pobreza, das desigualdades sociais e de todo o tipo de discriminações, designadamente de género.
Impõe-se, igualmente, a promoção da paz, da cooperação e do apoio ao desenvolvimento, uma forte redução das despesas militares e de representação externa.
É por tudo isto que consideramos que o relatório fica muito aquém do que é necessário para um futuro melhor e mais justo.