Hoje debatemos a denominada Nova Agenda da União Europeia para a América Latina e Caraíbas, que, como outras anteriores, o senhor Borrell apelidou de “redescobrimento”.
Uma estratégia que, no nosso entender, é fundamentalmente determinada pelos interesses dos grandes grupos económicos dos países que integram a UE, que visam a exploração de mercados e recursos, a promoção de velhas e novas dependências económicas, e até, na pretensão de alguns, de relações desiguais de disfarçado cunho neocolonial.
Apesar do discurso quase triunfante sobre os resultados da recente Cimeira UE-CELAC, sabemos que estes ficaram aquém dos objectivos que a UE almejava.
Uma Cimeira onde, apesar das tentativas de limitar a expressão de alguns dos representantes dos países latino-americanos e caribenhos, apesar das tentativas de condicionar a participação de algumas das organizações oriundas desses países, a sua voz fez-se ouvir, incluindo na Cimeira dos Povos.
Uma voz que exigiu e defendeu relações mutuamente vantajosas entre os países que integram a CELAC e os países que integram a UE, baseadas no respeito pela soberania e independência de cada país, no direito de cada povo escolher livremente o seu caminho de desenvolvimento e progresso social, rejeitando ingerências externas, sanções, bloqueios, isto é, relações que não tenham por base a igualdade soberana e de direitos.