Neste debate, os responsáveis da União Europeia continuam muito distantes dos reais problemas das populações. Os exemplos que vamos encontrando nas visitas e contactos com trabalhadores, agricultores, pescadores, micro e pequenos empresários, demonstram que as orientações e políticas da União Europeia estão a contribuir para tornar o trabalho mais precário, agravar o desemprego e a exploração.
Num momento em que o desemprego já atinge mais de 23 milhões de desempregados e a situação de pobreza mais de 85 milhões de pessoas, não se pode aceitar que insistam em políticas que são a causa desta situação.
Por isso, insistimos na necessidade de acabar com o Pacto de Estabilidade e de o substituir por um Pacto de Desenvolvimento e Emprego que dê prioridade à criação de empregos com direitos e ao aumento da produção.
É preciso romper com a dita Estratégia de Lisboa e apostar numa Estratégia de Progresso Social que dê prioridade à luta contra a pobreza, aposte em serviços públicos de qualidade, em equipamentos sociais, que promova a igualdade e os direitos das mulheres, o que implica uma política orçamental que agilize a atribuição dos apoios comunitários, que antecipe e facilite a sua transferência para Estados-membros com maiores dificuldades, que reduza ou acabe com a obrigatoriedade das comparticipações nacionais nesses países de maior fragilidade económica e social.