O segundo pacote da Comissão Europeia denominado "Rumo a um espaço
ferroviário integrado" foi o tema de uma audição promovida
pelo GUE/NGL do Parlamento Europeu (do qual fazem parte os deputados do PCP),
que reuniu membros de sindicatos do sector de vários países da
UE.

Na iniciativa, realizada no dia 14 de Maio, em Estrasburgo, estiveram presentes
representantes do Sindicato Nacional dos Ferroviários e da Comissão
de Trabalhadores da CP.

Na sua intervenção, os sindicalistas abordaram a actual situação
dos caminhos de ferro portugueses e a sua evolução negativa ocorrida
nos últimos anos em resultado das políticas dos sucessivos governos
do PS e do PSD.

Os dois sindicalistas criticaram em toda a linha o objectivo da Comissão
Europeia de abrir ao capital privado, numa 1ª fase, o transporte de mercadorias
e logo a seguir liberalizar por completo o sector, incluindo o transporte de
passageiros.

Sublinharam ainda que a crise que se vive no sector "não resulta
da incapacidade das empresas existentes mas sim das medidas que a Comissão
Europeia e os governos, a reboque do grande capital, vêm tomando para
as destruir".

A solução que estes dois sindicalistas defendem, com o apoio
dos deputados do PCP ao PE, é a da retoma de verdadeiras empresas ferroviárias
integradas, fundamentais para que o caminho de ferro funcione efectivamente
como um sistema, de um modo fluído e eficaz e seja de facto o motor de
uma verdadeira política que dê prioridade ao transporte público,
que se insira no desenvolvimento sustentado do País, ao serviço
das pessoas e não da sua exploração.