Por iniciativa dos deputados do PCP ao PE e do Grupo GUE / NGL, onde se inserem,
esteve presente no Parlamento Europeu (PE), em Bruxelas, no dia 28 de Novembro
de 2001, uma delegação portuguesa de representantes de trabalhadores
com salários em atraso.
Nos últimos meses voltou a acentuar-se o problema dos salários
em atraso em Portugal. Hoje milhares de trabalhadores de diferentes sectores
de actividade encontram-se nessa situação. É particularmente
conhecida a luta dos trabalhadores vidreiros da Marinha Grande, que estiveram
representados nesta delegação, assim como, de sindicalistas de
outros sectores de actividade onde também existem trabalhadores com salários
em atraso.
Esta delegação composta por 4 trabalhadores, das empresas Mandata,
Mortensen e Sotima, teve oportunidade de estar presente na reunião do
Grupo GUE/NGL e de expor a situação dos trabalhadores portugueses
aos deputados. A delegação teve a oportunidade de falar sobre
com deputados dos outros partidos portugueses com representação
no PE e encontrou-se também, com membros da Comissão parlamentar
do Emprego e Assuntos Sociais.
A situação preocupante em que vivem milhares de trabalhadores
vítimas da actual vaga de falências, muitas delas sem razões
económicas, foi tema de uma intervenção da deputada Ilda
Figueiredo, feita antes da ordem do dia na Sessão plenária do
PE. Nesta intervenção, a deputada pediu a solidariedade dos deputados
presentes e alertou para o facto de, actualmente, a dívida aos trabalhadores
portugueses com salários e subsídios em atraso ascende já
a mais de 100 milhões de Euros.
Em Portugal, apesar de se registar uma baixa oficial de desemprego, mantêm-
se os mais baixos salários da União Europeia, agrava-se a precariedade,
voltam os casos de empresas com salários em atraso e dificulta-se o desenvolvimento
de regiões que se confrontam com situações de crise. Por
isso, e mais uma vez, a deputada do PCP ao PE, Ilda Figueiredo, defendeu que,
"não basta enunciar e aprovar intenções. É
fundamental que se crie emprego de qualidade, com direitos e que se estabeleçam
objectivos concretos para o cumprimento efectivo de todos os direitos sociais".