O surto epidémico do COVID-19 coloca-nos, no imediato, dois tipos de exigências: o reforço de medidas de prevenção no domínio da saúde pública e a criação de condições e de meios para a resposta clínica necessária.
É necessária uma correta articulação entre os vários países e as respetivas autoridades de saúde, no domínio da prevenção, na diminuição de riscos de contágio e na vigilância epidemiológica.
Mas é necessário também cuidar de reforçar os sistemas públicos de saúde, que são o único e real instrumento para uma resposta adequada, universal e pronta à situação.
A resposta ao surto do COVID-19 soma-se à resposta que os serviços de saúde já tinham de dar e que continuam a ter de dar a um vasto conjunto de outras situações.
Percebemos melhor agora o impacto das orientações da Comissão Europeia para que se corte no financiamento dos serviços públicos de saúde. Agora, que todos os hospitais de referência são públicos e que os seguros de saúde privados se desresponsabilizam dos doentes, percebemos melhor o perigo da ideologia que faz da saúde um negócio.
Percebemos melhor que quando as regras do défice se sobrepõem a direitos fundamentais o resultado só pode ser mau.
Respondamos à urgência do momento sem esquecer as necessárias lições para o futuro.