1. O não pagamento de salários na SPDH/Groundforce é inaceitável. Estamos perante uma empresa perfeitamente viável, afectada pela pandemia que atingiu o sector aéreo há um ano. Trata-se de uma situação para a qual o PCP já alertara em Março de 2020 quando apresentou na Assembleia da República uma iniciativa legislativa para que a TAP e a SPDH fossem objecto dos apoios necessários para sobreviver à crise que então se iniciava. Não foi essa a opção tomada pelo Governo, que excluiu a SPDH das medidas tomadas para a TAP e de uma solução de futuro para o handling no País.
2. Nada justifica que os salários não sejam imediatamente pagos continuando-se a assistir ao arrastamento por parte do accionista privado (que detém 50,1% da empresa) e do Governo da solução que se impunha. O que se tem verificado é uma operação de chantagem sobre os trabalhadores da empresa, que terá como objectivo último o aproveitamento desta situação para reduzir no futuro ainda mais o preço da força de trabalho na SPDH.
3. O PCP relembra que a SPDH/Groundforce resulta da separação e privatização (por duas vezes) da Assistência em Escala da TAP. O PCP, ao mesmo tempo que saúda a luta dos cerca de 2400 trabalhadores da empresa, reafirma que a solução de fundo para o problema que agora se revelou, é a da adopção das medidas que no imediato assegurem o pagamento dos salários e a renacionalização da empresa, integrando-a numa estratégia de desenvolvimento da TAP e do sector da aviação civil em Portugal.