As instituições europeias são pródigas na profusão de abordagens de género, que em torno da implementação de políticas de igualdade e das promessas a ela associadas, não mais que mascararam os negativos impactos que as políticas de austeridade impõem no agravamento das desigualdades, discriminações e exploração das mulheres.
As políticas de exploração e de empobrecimento, emanadas da União Europeia e implementadas pelos governos, têm promovido e agravado as desigualdades. As mulheres são as mais afectadas pela pobreza, pelo desemprego, pela precariedade laboral, pela discriminação salarial, a que acresce a descriminação na e para a maternidade. É urgente retomar a Directiva da Maternidade que a Comissão decidiu abandonar.
Soma-se a crescente dificuldade de articular vida pessoal, familiar e profissional, nomeadamente pela desregulação de horários de trabalho. Situação que se agrava com o ataque às funções sociais do Estado, a destruição dos sistemas públicos de segurança social, a par da redução do valor de importantes prestações sociais.
Não é possível promover a igualdade sem a necessária ruptura com as políticas de direita e de retrocesso social.