Confrontado com a situação intolerável que se vive neste momento nos territórios autónomos palestinianos o PCP não pode deixar de erguer mais uma vez a sua voz contra a inqualificável política de terror e violência levada a cabo pelo governo e exército israelitas contra o Povo Palestiniano e seus representantes.
O cerco imposto às instalações da Autoridade Nacional Palestiniana e as chantagens ao Presidente Yasser Arafat, além de constituírem gravíssimas violações do direito internacional, das inúmeras resoluções da ONU e dos mais elementares direitos humanos, são demonstrativas das reais intenções de Israel: continuar a alimentar uma espiral de violência que justifique todas as atrocidades contra o povo palestiniano e eliminar política ou fisicamente os seus legítimos representantes.
Na sequência da posição adoptada pelo Comité Central na sua reunião de 20 e 21 de Setembro, o PCP alerta, mais uma vez, para os perigos que pairam sobre os povos do Médio Oriente e de todo o mundo. Neste sentido, o PCP chama a atenção para que a táctica abstenção dos EUA na votação da resolução do Conselho de Segurança da ONU de 24 de Setembro não deve ser utilizada como moeda de troca para obter a cobertura das Nações Unidas na concretização da projectada guerra contra o Iraque, que poderá tornar ainda mais trágica toda situação na região.
O PCP reclama do Governo português uma posição clara e inequívoca de condenação do governo israelita e exige da diplomacia portuguesa uma intervenção de urgência, junto da União Europeia, no sentido de serem exercidas todas a pressões diplomáticas e políticas para que Israel ponha fim imediato ao cerco imposto ao quartel general da Autoridade Nacional Palestiniana e a Yasser Arafat, e proceda à retirada do seu exército dos territórios autónomos palestinianos.
Apesar do dado positivo que constitui a aprovação da resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas, o PCP reafirma que uma paz justa e duradoura no Médio Oriente só poderá ser alcançada com a retirada total do exército israelita dos territórios autónomos palestinianos para as posições anteriores a 1967, com o reconhecimento do estado da Palestina, soberano e independente, com capital em Jerusalém Leste e com uma solução justa para a situação dos refugiados palestinianos.
Num momento difícil, mas de resistência do povo palestiniano, e em vésperas do segundo aniversário da 2ª “Intifada”, os comunistas portugueses exprimem, mais uma vez, a sua solidariedade ao heróico povo palestiniano e à luta pelos seus inalienáveis direitos nacionais.
O PCP apela aos trabalhadores, à juventude, ao povo português para que pelos mais variados meios ao seu alcance e das mais variadas formas exprimam a sua solidariedade com o povo palestiniano e façam ouvir o seu protesto contra as criminosas acções do governo israelita.