Desengane-se quem pensa que este debate é sobre a situação na Venezuela.
Desengane-se quem pensa que aqui vão ser debatidos os gravosos impactos das medidas coercivas impostas pelos EUA e pela UE contra a Venezuela e o seu povo – medidas que 132 países rejeitaram recentemente na Assembleia Geral das Nações Unidas.
Não. O que este debate pretende é alinhar o Parlamento Europeu com os interesses dos EUA e das multinacionais, como a ExxonMobil, perante a decisão soberana do povo venezuelano de reafirmar politicamente o que considera serem os seus direitos sobre um território em disputa.
Recordo que a disputa em torno da região de Essequibo, que a Venezuela e a Guiana mantêm há mais de um século, é um legado do colonialismo britânico, que permaneceu sem resposta durante décadas.
Consideramos que esta disputa deve ser superada sem interferências externas e por via negocial, no quadro do Acordo de Genebra, assinado em 1966, com vista a alcançar um acordo justo, satisfatório e amigável para ambas as partes. Neste sentido saudamos a iniciativa de mediação promovida no âmbito da CELAC.