A situação nos territórios palestinianos de Gaza, Cijordânia e Jerusalém é de extraordinária gravidade. A brutal repressão da justa luta do povo palestiniano, desencadeada na sequência da provocatória "visita" de Ariel Sharon à esplanada das mesquitas em Jerusalém Oriental, provocou já mais de uma centena de mortos e milhares de feridos, na sua esmagadora maioria jovens, palestinianos e árabes israelitas.
No dia de ontem o governo de Ehud Barak deu um novo e perigosíssimo passo na sua política de repressão e terror contra o povo palestiniano, desencadeando operações militares generalizadas nos territórios ocupados e bombardeando edifícios da Autoridade Palestiniana, instalações de rádio e televisão e outros edifícios oficiais em Ramallah e outras cidades, na Cijordânia e Gaza. Tais actos, que visam afogar os protestos e a luta do povo palestiniano e impôr a sua rendição, além das numerosas vítimas e sofrimentos que estão a provocar, põem abertamente em causa os acordos de Oslo e ameaçam desestabilizar toda a situação no Médio Oriente.
Perante tão grave situação, o PCP manifesta a sua mais firme condenação pela política de repressão e terror conduzida pelo governo israelita e sublinha a necessidade de medidas urgentes, no plano político e diplomático, para obrigar Israel a parar imediatamente a repressão e a conformar-se com as resoluções da ONU sobre a Palestina e os princípios básicos de Direito Internacional. É urgente a convocação do Conselho de Segurança. Impõe-se que, no Conselho Europeu de Biarritz, a União Europeia formule uma clara posição de condenação de Israel. É necessário responsabilizar os EUA e outras grandes potências pelo seu apoio e cumplicidade com Israel e exigir que lhes seja posto imediato termo.
O PCP regozija-se com a resolução ontem aprovada na Assembleia da República que claramente condena Israel e exige do governo israelita o respeito da legalidade internacional e dos legítimos direitos nacionais do povo palestiniano.
O PCP considera que o governo português deve intervir junto das instâncias internacionais em que Portugal participa, nomeadamente na ONU e União Europeia, no sentido de obrigar Israel a retirar quanto antes dos territórios árabes que ocupa, a libertar os presos políticos, a assegurar o regresso dos exilados, a cumprir as resoluções da ONU sobre a Palestina.
O PCP expressa à OLP e ao povo palestiniano a solidariedade dos comunistas portugueses à sua justa e heróica luta pela edificação do seu Estado independente e soberano em território da Palestina com capital em Jerusalém, e apela aos portugueses e em particular à juventude, para que manifestem a sua solidariedade ao povo da Palestina.