O anterior executivo da Câmara Municipal do Barreiro adquiriu a Quinta do Braamcamp para construir um espaço aberto para a população, preservando a história, a riqueza natural e a biodiversidade daquele lugar, mantendo-o na esfera pública, acessível a todos.
A Quinta do Braamcamp é um santuário de muitas espécies de aves e constitui um pulmão verde (terrestre e marinho) com um potencial paisagístico e de lazer extraordinário, um logradouro natural, histórico e patrimonial. O atual executivo quer agora alienar estes terrenos para a construção imobiliária de 180 fogos.
A população tudo tem feito para impedir a venda, argumentando desde logo que o Barreiro não precisa de mais especulação imobiliária e alertando para o impacto ambiental de tal empreendimento.
O arranjo paisagístico daqueles terrenos é uma exigência dos barreirenses e um dos moinhos existentes dentro dos limites do terreno teve já financiamento comunitário para a sua recuperação (candidatura LISBOA-08-2316-FEDER-000039, comunicada em Dezembro 2017).
Face ao exposto, pergunto:
-Tem esta Comissão conhecimento do empreendimento imobiliário previsto para aqueles terrenos que receberam já financiamento público para a sua valorização?
-Caso a construção avance e por se tratar de uma zona de “muito alto risco” de inundação estuarina, considera necessário um estudo de impacto ambiental?
-Face às alterações climáticas, considera viáveis construções deste tipo em zonas costeiras, abrangendo terrenos de direito público hídrico?