Intervenção de Rita Rato na Assembleia de República

Sobre a situação da juventude

Sr. Presidente,
Srs. Deputados,
Sr. Deputado Ivan Gonçalves,

O Sr. Deputado trouxe, na declaração política, os problemas da juventude. Ora, os problemas da juventude são os problemas do País, porque os problemas do País são os problemas da juventude e é preciso, de forma importante e determinada, responder a esses problemas.

Problemas que não começaram em 2015, nem em 2011, são o resultado de opções políticas de sucessivos governos e que resultaram no desperdício da geração mais qualificada de sempre e que seria determinante para o desenvolvimento do País.

Por isso, da parte do PCP, o que gostaria de lhe dizer é que pode contar com o PCP para todas aquelas medidas que signifiquem a valorização do contributo dos jovens portugueses para o desenvolvimento do País.

Contudo, não é possível falar da situação da juventude passando ao lado da situação do desemprego e da precariedade, porque, apesar de todas as melhorias, continua a ser um problema dramático porque os jovens continuam a ser afetados pela precariedade e pelo desemprego, porque são duas faces da mesma moeda.

Não é possível combater o desemprego sem combater a precariedade e não é possível combater a precariedade porque isso significa mais desemprego.

Portanto, entendemos que a um posto de trabalho permanente tem de corresponder um vínculo efetivo.

Sr. Deputado Cristóvão Simão Ribeiro, não tem de corresponder um estágio, não tem de corresponder um apoio à contratação, não tem de corresponder um contrato emprego-inserção, não tem de corresponder uma bolsa de estágio ou uma bolsa de investigação, tem de corresponder um contrato com direitos, e no combate à precariedade conte com o PCP.

Relativamente à educação, é verdade que houve medidas positivas que, com o contributo do PCP, foi possível alcançar, mas é urgente e necessário ir mais longe.

Temos, ainda, no nosso País milhares de jovens que não se candidatam ao ensino superior porque não têm dinheiro para pagar propinas e porque ficam fora dos apoios da ação social escolar. É preciso acabar com as propinas e responsabilizar o Estado por uma obrigação que é sua, a do financiamento, é preciso alterar a lei de ação social escolar, garantindo o apoio a mais estudantes.

Termino, Sr. Presidente, agradecendo a sua tolerância e dizendo que, da parte do PCP, cá continuaremos para que os direitos da juventude não sejam verbos de encher mas sejam realidade todos os dias.

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