Intervenção de Paula Santos na Assembleia de República

Sobre o Serviço Nacional de Saúde

Sr. Presidente,

Uma primeira referência para dizer o seguinte: registamos que, depois da discussão que se realizou na Conferência de Líderes a propósito dos votos, o PSD insista e não queira contribuir para o bom funcionamento da Assembleia da República.

Agora, até já temos esta novidade de haver votos sobre declarações de membros do Governo.

Mas se queremos discutir políticas de saúde, vamos, então, discutir aquelas que foram as consequências das políticas que o PSD e o CDS implementaram, durante os quatro anos em que estiveram no Governo, e que impediram — e foi exatamente isto que aconteceu — o acesso de muitas e muitas pessoas aos cuidados de saúde a que têm direito.

Insistem em branquear e em querer esconder as consequências dessa mesma política.

Mas nós relembramo-las: aumentaram brutalmente as taxas moderadoras; impediram que muitos cidadãos tivessem acesso, nomeadamente, a tratamentos oncológicos; encerraram, reduziram e concentraram serviços e valências; negaram o tratamento aos doentes com hepatite C; os hospitais não tinham materiais para funcionar em condições.

Recordamos que houve um hospital em concreto em que não havia fraldas e, para as substituir, enrolavam toalhas em sacos de plástico.

Foi esta a vossa política enquanto lá estiveram, durante quatro anos: desvalorização dos profissionais e desvalorização do Serviço Nacional de Saúde.

Mas também podemos relembrar as declarações deploráveis do, então, Secretário de Estado a propósito das urgências: quando víamos que as pessoas se encontravam em situações dramáticas, ele dizia que estava tudo muito bem.

Sr. Presidente, vou terminar, dizendo o seguinte: de facto, há muito a fazer pelo SNS, mas não é com as vossas políticas.

É preciso valorizar os profissionais, as carreiras, as progressões, os seus salários. É preciso, naturalmente, valorizar os cuidados de saúde primários e garantir uma oferta que dê resposta efetiva às necessidades dos cidadãos.

É nesse combate e nesse caminho que está o PCP.

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