Esta resolução está corroída na base. É absolutamente parcial na análise do problema. Lançando ferozes críticas à Rússia ou à República Popular e Democrática da Coreia, despindo-as de contexto, enquadramento regional e escala, omite o papel que os EUA e as potências nucleares europeias (França e Reino Unido) têm assumido neste particular, nomeadamente prosseguindo a renovação do seu arsenal nuclear, e o papel cada vez mais beligerante da NATO. Registamos a ausência de condenação à política nuclear de Israel, ou a critica à crescente militarização da UE, à intenção de aumento dos orçamentos militares dos Estados, do aprofundamento da PCSD, da pretensão de uma União Europeia de Defesa paralela à NATO, da descentralização de armas pelos EUA por diferentes países.
Absurdo, e no entanto revelador, a inexistência de qualquer referência à imperiosa defesa da paz, por oposição ao cenário apocalíptico que pode resultar de um conflito nuclear à escala mundial. Urge a redução e eliminação de armas nucleares e a criação de uma política que bana este tipo de dispositivos, a criação de uma Europa livre de armamento nuclear, e implementar iniciativas como as resoluções da ONU de Dezembro de 2011 e 2012, de zonas livres de armamento nuclear no Médio Oriente, no Mediterrâneo e no Nordeste de África.