A reunião do Comité Central em curso apreciou alguns aspectos da conjuntura política e a preparação do Congresso, nomeadamente a estrutura de direcção central a propor ao novo Comité Central.
Em relação à situação política, o Comité Central considera que se mantém a política de contracção da actividade económica e a política de concentração da riqueza, pelo que não se vai dar resposta aos graves problemas do emprego, da desertificação do interior do país, da grave situação do pequeno comércio, da agricultura e pescas e de milhares de empresas do sector industrial.
Que o Orçamento de Estado não é um Orçamento transitório, mas um Orçamento que segue no fundamental as linhas dos Orçamentos dos últimos anos e que continuará a ter a mesma estrutura nos anos futuros com a política de marcha forçada e acelerada para a moeda única.
Não é um Orçamento de rigor com preocupações sociais como diz em termos de marketing propagandístico o Governo, mas sim, um Orçamento de austeridade para os trabalhadores e as camadas médias e de contracção da actividade económica com graves prejuízos em termos de desenvolvimento e de defesa e valorização do aparelho produtivo nacional.
O Comité Central chama a atenção que as questões do desenvolvimento, do emprego e da melhoria da repartição do Rendimento Nacional, sendo questões centrais não encontram resposta na política orçamental, antes pelo contrário. O Comité Central deteve-se na análise da situação social e sobre a deterioração da situação económica e social de milhares de famílias e sobre a grave situação de milhares de jovens que não encontram uma ocupação ou um emprego condigno que lhes ajude a perspectivar o seu futuro.
O Comité Central entende também que não é com linhas de diversão para afastar a atenção da opinião pública das graves questões com que o País está confrontado, que se esconde o essencial de uma política que é contrária aos interesses dos trabalhadores e ao desenvolvimento do nosso país.
A mistificação do diálogo e a demagogia social com que o Governo PS, passado um ano de existência, procura enconbrir uma política de mão estendida para os grandes senhores do dinheiro e de costas voltadas para os trabalhadores, justificam a decisão do PCP de promover na 2ª quinzena de Novembro, uma jornada de informação e esclarecimento que, na articulação com a iniciativa política e institucional, alerte os portugueses para a grave hipoteca do nosso futuro colectivo, de desenvolvimento real do país e do progresso social dos portugueses para que nos está a empurrar a política do Governo.