1. Os resultados da 1ª volta das eleições legislativas na França, convocadas abruptamente por Chirac na esperança de assim poder ainda fugir a uma derrota eleitoral, traduzem uma forte condenação da política de direita e evidenciam uma grande aspiração a uma nova política liberta das imposições e consequências de Maastricht.
2. Os resultados desta 1ª volta - que no injusto sistema eleitoral francês são os que melhor exprimem a nfluência relativa dos diversos partidos - confirmam ao mesmo tempo o PCF como uma força essencial para uma nova maioria e para uma real mudança política em França.
3. O promissor resultado positivo representado pelo conjunto das votações do PSF e do PCF não pode ser dissociado dos compromissos publicamente assumidos pelos dois partidos na sua declaração comum de 30 de Abril, cujo texto, ao enunciar a recusa de «sacrificar a nação e a sua soberania à construção europeia, ao salientar a necessidade de, «ultrapassando Maastricht», dizer «não à Europa liberal, à Europa do dinheiro-rei e da submissão aos mercados financeiros» e ao defender que «uma política de progresso social, fundada sobre o relançamento do poder de compra, do consumo e do emprego, deve ser imediatamente desenvolvida», se distancia claramente das orientações programáticas antes seguidas e praticadas pelo PSF, designadamente nos seus anteriores governos e das orientações actualmente seguidas por muitos outros partidos socialistas europeus.
4.É legítimo admitir que a perspectiva de uma derrota eleitoral da direita na 2ª volta esteja estreitamente ligada à capacidade do PSF e do PCF de sustentarem e ampliarem um reforçado «élan» de mobilização, confiança e esperança em torno de propostas para uma política realmente diferente da política de direita.