O conceito de rendimento mínimo, neste contexto de profunda crise económica e social, carece um aprofundamento da reflexão em torno dos seus objectivos e da sua implementação que integre a realidade de cada país. Só assim será possível definir um valor que assegure, de facto, condições mínimas de dignidade a quem é vítima da pobreza e do desemprego de longa duração.
Hoje é questionável se 60% do rendimento mediano, mercê do esmagamento de salários dos trabalhadores, cumpre aquele objectivo.
Conceito que per se não dará resposta a gravíssimos problemas sociais, que não se resolvem com paliativos, mas com a inversão das políticas económicas e sociais da UE e que serão agravados se pervertido o seu objectivo, servindo antes para acentuar a exploração, por via da atribuição condicionada a prestação de trabalho, forma explícita de criar mão-de-obra barata.
O combate às desigualdades e à pobreza, só será possível com políticas de desenvolvimento económico e social que valorizem salários, o trabalho com direitos e uma equilibrada distribuição da riqueza.