Este relatório não traz nada de novo em torno do que são as relações externas da união europeia com países terceiros.
Antecâmara de um possível acordo de livre comércio, instrumento neocolonial de exploração económica que a união tem disseminado por todo o planeta, a estratégia de ingerência e interferência nos assuntos internos de um país soberano está bem desenhada. Reformas “democráticas”, políticas e institucionais, de desenvolvimento económico e social, política de segurança e defesa, de pretenso combate ao terrorismo, reformas para a investigação, educação e cultura. Reformas, leia-se, para transformar um país, condicionando o financiamento às políticas e conceitos ideológicos da união, liberalizando a economia, impondo ainda mais exploração e empobrecimento dos trabalhadores e do povo, à custa do esbulho das riquezas daquele país.
Uma agenda de submissão, que descaradamente se pretende comparar, imagine-se, a um plano Marshall, denúncia evidente dos objectivos reais desta relação que se desenha sobejamente desequilibrada.