1 - O PCP expressa a sua profunda preocupação com a recente escalada de violência na Faixa de Gaza e no Sul de Israel e condena firmemente o governo israelita pelos bombardeamentos contra a população de Gaza, que provocaram segundo a ONU a morte de 29 palestinianos, incluindo três crianças e duas mulheres grávidas, mais de 200 feridos e a destruição de prédios de habitação. Estes números acrescem aos mais de 200 palestinianos mortos e mais de 20 mil feridos pelas forças de repressão de Israel ao longo de catorze meses de protestos populares da Grande Marcha do Retorno, como documenta o recentemente aprovado Relatório da Comissão de Direitos Humanos da ONU.
2 - A escalada de violência é da inteira responsabilidade do Governo israelita e da sua política de opressão, sistemático desrespeito pelo direito internacional e férreo bloqueio contra os dois milhões de pessoas que vivem naquele território palestiniano ilegalmente ocupado em 1967. Estes acontecimentos são inseparáveis da violação por Israel dos termos de anteriores acordos de cessar-fogo relativos à Faixa de Gaza e das opções do governo israelita e da Administração norte-americana de abandonar qualquer perspectiva de solução política para a questão palestiniana, nomeadamente a solução dos dois Estados, e de levar a cabo abertamente sucessivas violações de acordos, resoluções e planos internacionais de paz.
3 - O PCP sublinha a gravidade das recentes declarações do primeiro-ministro de Israel, Netanyahu, ameaçando anexar partes da Cisjordânia ilegalmente ocupada, bem como do apoio implícito dado por responsáveis da Administração norte-americana de Trump a estas declarações. Neste contexto, o PCP considera inaceitáveis as condenações unilaterais à parte palestiniana pelo porta-voz do Secretário-geral da ONU e pela Alta Representante da UE para os Assuntos Exteriores, acompanhados apenas por meros apelos à contenção por ambas as partes.
É inadmissível falar em «segurança» e calar que à população da Faixa de Gaza é negado sequer o ‘direito’ a fugir ante os periódicos bombardeamentos de Israel, devido ao implacável bloqueio a que está sujeita e que já reduziu esse território ao limiar do desastre humanitário, como sublinhado pela UNRWA, a agência da ONU para os refugiados palestinianos. Aqueles que são coniventes com a permanente violação do direito internacional por Israel são também co-responsáveis pelo agravamento da situação na região.
4. Em vésperas de mais um aniversário da «Nakba», a catástrofe da expulsão da população palestiniana que acompanhou a criação do Estado de Israel em 1948, o PCP reitera a sua solidariedade de sempre com o povo palestiniano e a sua luta pelos seus inalienáveis direitos nacionais e sublinha que o direito à resistência à ocupação é reconhecido pelo direito internacional e pela Constituição da República Portuguesa. O PCP apela ao reforço da expressão da solidariedade com a causa do povo palestiniano.