1 - Confirma-se mais uma vez que são estruturas supranacionais que decidem sobre matérias relevantes para o País, como neste caso em que é o BCE a decidir sobre uma matéria relevante para o País, como é a estrutura e composição da nova administração do banco público.
2 - Esta observação não significa que estejamos de acordo com o processo de nomeação e a escolha dos administradores. Antes pelo contrário.
Já em 17 de Junho, numa declaração política sobre a situação na CGD, o PCP caracterizou o processo de nomeação da nova administração, como intolerável, que corresponde no essencial à reposição do Bloco Central de interesses, com figuras oriundas ora do PS, ora do PSD e do CDS.
Tal como considerámos na mesma declaração, intolerável a decisão de elevar mais as remunerações milionárias para os seus titulares, que o PCP desde sempre combateu.
3 – Neste momento o importante é definir um plano estratégico para a CGD, que a prepare para o cumprimento das suas responsabilidades, nomeadamente apoiar o desenvolvimento económico e social do país, apoiando com crédito as micro, pequenas e médias empresas e as famílias. A partir daqui escolher as pessoas indicadas para a administração que estejam em condições de concretizar esse plano. Pessoas identificadas com o interesse público e não administradores que até podem ter uma grande experiência profissional, mas que se identificam com os objectivos da banca privada, que como sabemos funciona numa lógica diferente: no essencial hoje a banca privada caracteriza-se por utilizar o dinheiro dos depositantes na especulação financeira e para dar crédito, muitas vezes sem garantia de retorno às empresas dos accionistas e dos amigos e não para defender o desenvolvimento económico e social do País.