Palestina vive sob ocupação desde 1947, data em que começou a nakba, designação que designa a expulsão forçada da população palestina das suas terras onde, durante milênios conviveram em paz com cristãos, judeus e outros credos religiosos.
Este bombardeamento criminoso a Gaza pelo exército de Israel a deve ser lembrado aqui não como apenas mais um episódio desta ocupação que dura há tempo demais. Este ato criminoso, na forma como foi perpetrado, nos seus efeitos devastadores, traz-nos à memória os piores horrores da segunda guerra mundial.
Estive juntamente com camaradas meus na palestina no início do mês e pude testemunhar a opressão de um povo por parte das autoridades Israelitas. Pude observar a completa desproporção de meios que deita por terra qualquer teoria de uma suposta guerra entre duas partes que se agridem mutuamente.
Subscrevendo tudo o que foi dito, opto por ir ao concreto e falar-vos de Hebron, a cidade dos patriarcas. Uma cidade, com dimensões similares a Estrasburgo onde existem 104 postos de controlo onde os palestinianos são revistados de forma arbitrária, incluindo no trajeto para irem rezar à sua mesquita.
Vimos a ocupação de ruas inteiras de onde a população palestiniana é pura e simplesmente expulsa para serem lá alojados colonos israelitas. Vimos ruas onde os Israelitas ocupam os primeiros andares e despejam ostensivamente os seus lixos para os andes de baixo onde vivem palestinianos.
Vimos também organizações Israelitas que condenam esta agressão e toma partido pela paz e contra a guerra, apesar da profunda repressão sobre a opinião pública.
Vimos uma população culturalmente avançada, onde as mulheres exercem os seus direitos e estão presentes nos palcos de decisão, ao contrário de muitos outros países do médio oriente considerados amigos do ocidente. Uma população unida, apesar de desacreditada pela generalidade da imprensa ocidental, e que está profundamente desiludida com a posição deste Parlamento relativamente à sua tomada de posição sobre os ataques em Gaza.
O povo Palestiniano, nós mesmo e todos aqueles que acreditam neste processo de paz, estão firmemente convictos que esta solução só poderá sair do impasse com o fim do apoio político, militar e financeiro dos Estados Unidos e na UE a Israel. Apelamos assim à Comissão Europeia e ao Conselho para que repense o seu posicionamento face a esta realidade. Apelamos à UE para que respeite os compromissos assinados relativamente ao processo de paz e aplique as cláusulas do acordo de associação com Israel que obrigam ambas as partes a respeitar os direitos humanos.
Os palestinianos esperam há tempo demais. Usemos esta catástrofe humanitária em Gaza para inverter um processo que se arrasta há mais de meio século. Reconheçamos de uma vez por todos e trabalhemos para que seja reconhecido o Estados da Palestina, de acordo com as fronteiras de 1966 e com capital em Jerusalém leste. Forcemos Israel a respeitar o direito internacional