Estes incêndios mostram uma vez mais à evidência a falta que faz uma política de prevenção estrutural da floresta e consequente, bem como a valorização dos rendimentos dos produtores florestais. Para o PCP, qualquer ideia de reposição das áreas ardidas por monocultura florestal, seja de pinheiro, seja de eucalipto, e que o Governo já admitiu, é errada.
1. Em primeiro lugar, o PCP transmite uma palavra de solidariedade para com as populações afectadas e particularmente para as vítimas e as suas famílias, que vivem horas de grandes dificuldades e desespero. Uma palavra também de apreço e confiança para todos os que se encontram no combate aos incêndios em curso.
2. Sendo ainda cedo para fazer um balanço global, e assinalando que este é o primeiro ano em que o dispositivo de combate a incêndios (DCIF), implementado em 2005, enfrenta um ano de seca extrema e incêndios florestais desta dimensão (o incêndio do Algarve é um dos maiores registados desde que há estatística), os problemas verificados com o DCIF, nomeadamente no combate a incêndios florestais de grande dimensão, como refere o Relatório da ANPC sobre o de Tavira/Algarve, mostram a necessidade de uma avaliação rigorosa sobre a suficiência dos meios, a organização das forças e a estratégia de combate. Neste quadro, é necessário continuar a aprofundar a análise, para sinalizar todos os problemas e decidir das medidas a tomar.
3. Mas estes incêndios mostram uma vez mais à evidência a falta que faz uma política de prevenção estrutural da floresta e consequente, bem como a valorização dos rendimentos dos produtores florestais, o que, manifestamente, continua por concretizar. O recente corte de mais de 150 milhões de euros para investimentos na Floresta, no quadro da reprogramação do PRODER, é um sinal muito negativo neste sentido. Por outro lado, para o PCP, qualquer ideia de reposição das áreas ardidas por monocultura florestal, seja de pinheiro, seja de eucalipto, e que o Governo já admitiu, é um erro que é preciso atalhar.