O PCP sublinha a expressiva participação de muitos milhares de trabalhadores em todo o país nas comemorações do 1º de Maio, confirmando o justo descontentamento e protesto com uma política que é responsável pelo agravamento do desemprego, pelo aumento da precariedade, pela desvalorização dos salários, pelo aumento das injustiças sociais e incerteza com que se confrontam milhares de trabalhadores.
A dimensão do protesto neste 1º de Maio – no seguimento de grandes acções de massas realizadas e das comemorações do 35º aniversário do 25 de Abril - e o sentimento de insatisfação, de luta e de exigência de mudança, no quadro de uma grande determinação e serenidade que se verificou em todo o país, deve ser profundamente reflectido pelo Governo PS.
O PCP saúda os trabalhadores portugueses e a CGTP-IN pela sua participação e realização do 1º de Maio e, ao mesmo tempo que manifesta a sua discordância e lamenta os incidentes verificados em Lisboa – num acto isolado de alguns manifestantes – não pode deixar de rejeitar as acusações, insultos e calúnias dirigidas pelo PS contra o PCP.
Estas atitudes do PS, instrumentalizando estes actos isolados que só podem responsabilizar os próprios e que são inseparáveis da situação de desespero em que milhares de trabalhadores se encontram, constituem uma manobra de carácter eleitoralista que, procurando a vitimização, pretende fugir à discussão dos grandes problemas nacionais, às suas responsabilidades na situação do país e ao julgamento que os trabalhadores e o povo português farão da sua política.
A procura de conflitos, o empolamento de incidentes, as provocações, insultos e calúnias dirigidas ao PCP, parecem ser os argumentos a que PS, num quadro de crescente isolamento, quer recorrer.
As declarações da direcção do PS exigindo ao PCP um pedido de desculpas por factos sobre os quais não tem qualquer responsabilidade é ilustrativa de uma prática política que não pode deixar de ser condenada. Assim, o que se pode exigir é que o PS peça publicamente desculpas ao PCP pelas declarações ofensivas que lhe dirigiu.
As referências feitas pela direcção do PS à oposição determinada e coerente que o PCP, com os trabalhadores e o Povo, tem desenvolvido contra uma política injusta e inaceitável, representam a par do reconhecimento do papel inegável do PCP como a grande força da oposição a este Governo e a esta política, uma tentativa de condicionamento e intimidação que não alcançará os seus objectivos.
O PCP prosseguirá com toda a determinação, confiança e serenidade a sua acção em defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo e do país por uma ruptura com a política de injustiça social e declínio nacional praticada por este governo, por uma vida melhor e um Portugal com futuro.