O Estado Espanhol apresentou candidatura ao Fundo Europeu de Ajustamento à Globalização para apoiar 960 trabalhadores despedidos nos sectores auxiliares da construção naval, na região da Galiza. Para tal, alegou que os despedimentos ocorridos no sector se devem a importantes mudanças nos padrões do comércio mundial decorrentes da globalização, pois a indústria marítima mundial sofreu alterações dramáticas nos últimos 20 anos a favor da Ásia Oriental.
Votámos favoravelmente esta resolução pela solidariedade que nos move em relação aos trabalhadores, infelizmente, afetados, apesar das críticas que fizemos e continuamos a fazer.
Continuamos a considerar que este mecanismo não é mais que um remendo e que não resolve os problemas estruturais criados, essencialmente, por força das políticas neoliberais da UE, que promovem a liberalização de sectores como o da construção naval. Este mecanismo não passa de um mea culpa da UE pelo facto de ter sido participante ativa na destruição destes postos de trabalho e por não ter atuado na proteção da produção nacional dos Estados-Membro e, por consequência, na proteção dos trabalhadores.
Este mecanismo mais não é do que um mero paliativo quando o necessário é atacar a causa de fundo do problema: a globalização capitalista e as políticas neoliberais que lhe dão forma.