O alinhamento da política de cooperação para o desenvolvimento da UE com a sua política externa e de vizinhança, é um factor de preocupação que merece rejeição. O alargamento de mercados, o crescimento da presença militar, as condicionalidades políticas e estruturais que são impostas, têm contribuído para a perpetuação de práticas de natureza neocolonial e da dependência dos países em desenvolvimento. É importante referir que a resposta à COVID-19 aumentou o endividamento destes países.
O relatório centra-se na promoção de práticas da política da UE neste âmbito que poderão contribuir para uma melhor relação entre recursos e resultados. São propostas medidas de uniformização de indicadores de avaliação, de troca de dados e informações relativas aos projectos, de limitação do uso de financiamentos mistos - privilegiando subvenções -, do aumento da capacidade de rastrear a utilização dos fundos, de centrar os investimentos nas necessidades das populações locais, envolvendo-as em todas as fases dos projectos.
Sendo estas últimas questões essencialmente positivas, não se pode desligar este relatório do seu alinhamento com as orientações globais da UE para a política de desenvolvimento, com as consequências que já mencionámos. Acrescente-se a isso a adição de um abjeto condicionamento da transferência de fundos de cooperação às práticas de repressão dos movimentos migratórios.