Posada Carriles é uma das mais sinistras personagens da história do terrorismo na América Latina, especialmente do terrorismo de Estado norte-americano – a quem esteve e está vinculado - contra países e povos da América Latina. Está por demais provado o seu envolvimento em inúmeros crimes contra países e forças progressistas da América Latina ao longo de quase meio século, de entre os quais é impossível esquecer a explosão em pleno voo do avião comercial da Companhia Cubana de Aviação em 1976, que vitimaria todos os 73 passageiros da aeronave ou ainda os vários atentados bombistas contra instalações turísticas em Cuba.
A decisão da sua libertação vem confirmar a hipocrisia da Administração Bush e o verdadeiro significado da chamada “guerra ao terrorismo” por si enunciada para justificar os crimes que continuam a ser cometidos em muitos locais do mundo, nomeadamente no Iraque e no Afeganistão.
A libertação de Posada Carriles e a recusa da sua extradição para a Venezuela - é por si só uma prova da cumplicidade e da mútua dependência entre o terrorista e a administração Bush, a CIA e a máfia anti-cubana de Miami. A Administração norte-americana pretende com a libertação de Posada Carriles comprar o seu silêncio, mas o seu papel nas operações de terrorismo de estado operadas pela CIA na América Latina apenas se tornarão mais evidentes e conhecidas com esta decisão. Do mesmo modo que a manutenção da prisão dos cinco cidadãos cubanos ilegalmente detidos nos EUA não calará as suas vozes e a voz de todos os que denunciam e continuarão a denunciar o carácter criminoso da política dos EUA contra Cuba e o seu povo.
O PCP – relembrando a sua recente tomada de posição sobre os desenvolvimentos em torno da chamada política comum da União Europeia face a Cuba; recordando a importância da recente visita do Ministro dos Negócios Estrangeiros Cubano a Portugal para o fortalecimento das relações de cooperação entre Portugal e Cuba; chamando a atenção para a gravidade das recentes ameaças proferidas por Bush e por responsáveis da União Europeia relativamente a Cuba aquando de cimeiras internacionais – reclama do Governo português, em consonância com os princípios enunciados na Constituição da República Portuguesa, uma posição clara de condenação pela libertação de Posada Carriles e de exigência da sua extradição para a Venezuela. Simultaneamente exige que Portugal assuma uma postura nas instituições internacionais que contrarie o aumento das ameaças e de medidas de ingerência contra Cuba, de que a libertação de Posada Carriles é apenas um elemento.
O PCP presta a sua solidariedade e associa-se a todos aqueles que, em Cuba e noutros países da América Latina, manifestam a sua indignação pela libertação de Posadas Carriles e muito em especial aos familiares e amigos das vítimas dos atentados levados a cabo pelo terrorista. Reitera ao povo de Cuba e à sua revolução socialista a solidariedade dos comunistas portugueses.
O Secretariado do Comité Central do Partido Comunista Português